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quinta-feira, 8 de abril de 2021

TRABALHADORES AUTÔNOMOS FORAM MAIS PREJUDICADOS POR PANDEMIA EM 2020

 

A crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) prejudicou mais os trabalhadores por conta própria, revela pesquisa divulgada quinta-feira (8/4) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o levantamento, essa categoria teve a maior queda no rendimento em 2020.

 

O pior momento para os trabalhadores autônomos ocorreu no segundo trimestre de 2020, quando a categoria recebeu 24% a menos do que a renda habitual. No quarto trimestre do ano passado, o indicador recuperou-se levemente, mas continuou abaixo dos níveis anteriores à pandemia, com recuo de 10%.

 

Os trabalhadores privados e sem carteira receberam 13% a menos do que a renda habitual no segundo trimestre e 4% a menos no último trimestre do ano passado. Os trabalhadores privados com carteira assinada não tiveram perda no segundo e no terceiro trimestres de 2020 e encerraram o último trimestre do ano passado ganhando 5% acima da renda habitual. No serviço público, os trabalhadores receberam 1% a mais que a renda habitual no segundo trimestre, 3% no terceiro trimestre e 5% a mais no último trimestre do ano passado.

 

Realizada com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a pesquisa comparou a renda média efetiva com a renda média habitual. Enquanto a renda média efetiva caiu por causa do aumento do desemprego e da contratação com salários mais baixos, a renda média habitual subiu porque a perda de ocupações se concentrou nas áreas mais mal remuneradas.

 

Segundo o Ipea, a elevação da renda habitual para os trabalhadores privados com carteira assinada e o serviço público deve-se ao fato de que a eliminação de postos de trabalho atingiu principalmente os setores de construção, comércio e alojamento e alimentação, além de empregados sem carteira assinada e principalmente trabalhadores por conta própria. Dessa forma, quem permaneceu empregado foram os trabalhadores de renda relativamente mais alta, que puxam o rendimento médio habitual para cima.

 

Ao analisar apenas a renda efetiva dos três últimos meses do ano passado, sem levar em conta a comparação com a renda habitual, a pesquisa mostra que a queda também foi maior entre os trabalhadores por conta própria. Essa categoria encerrou 2020 ganhando 6,7% a menos que no mesmo período de 2019.

 

O recuo chegou a 1,4% entre os trabalhadores privados com carteira e 0,2% no setor público. Apenas os trabalhadores com carteira assinada recebiam, em média, 1,4% a mais no último trimestre de 2020 em relação aos mesmos meses de 2019, refletindo a recuperação do emprego formal no fim do ano passado.

 

Para Sandro Sacchet, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e autor do estudo, o fato de ter havido queda nos rendimentos efetivos em alguns grupos de trabalhadores no quarto trimestre indica potenciais efeitos do início da segunda onda da pandemia da covid-19. Segundo ele, os impactos poderão ser compreendidos quando forem divulgados os dados no primeiro trimestre de 2021.

 

Na comparação por faixa de renda, a pesquisa mostra que a pandemia afetou proporcionalmente os mais pobres. Entre o primeiro e o segundo trimestres de 2020, o total de domicílios sem renda do trabalho aumentou de 25% para 31,5%. No quarto trimestre, a proporção chegou a 29%, mostrando uma recuperação lenta do nível de ocupação.

 

Em relação à quantidade de horas habitualmente trabalhadas, o levantamento mostra que a pandemia não afetou significativamente o indicador. No segundo trimestre, o total de horas trabalhadas caiu para 30,7 horas semanais, recuperando-se para 36,2 horas semanais no terceiro trimestre e encerrando o quarto trimestre em 37,4 horas semanais, com queda de apenas 5% em relação ao último trimestre de 2019. (ABr)

Quinta-feira,08 de abril, 2021 ás 16:58

 


quarta-feira, 7 de abril de 2021

E A MENTIRA VOS SEPULTARÁ

 

Jair Bolsonaro disse na quarta-feira (7/4), que a imprensa precisa divulgar a verdade dos fatos. Também acho, uma vez que o presidente mente sem parar. Então vamos lá, fazer o contrário do que faz Bolsonaro todos os dias, em todos os assuntos, mas especialmente quando o assunto é pandemia.

 

1. Bolsonaro continua propagandeando o uso da cloroquina. Nesta quarta-feira, fez isso em Chapecó, cujo prefeito também defende o uso livre do remédio. Bolsonaro e o tal prefeito acham que a cidade é um exemplo a ser seguido, e com isso cospem na cara da verdade. Chapecó tem 97% dos leitos de UTI ocupados e tem taxa de mortalidade pela Covid-19 muito maior que a nacional: 238 por 100 mil habitantes, contra 158 por 100 mil habitantes. Durante a visita ao município, Bolsonaro disse que a imprensa se preocupa demais com a vacina, e pouco com remédios que podem curar os doentes. Pois bem: a melhor e mais acessível análise de novos medicamentos para combate à Covid-19 está no site do The British Medical Jornal (BMJ). Ele mantém um infográfico online continuamente atualizado, que reúne informações sobre 101 testes de remédios e mostra que apenas dois são promissores. Todos os outros, hidroxicloroquina e ivermectina incluídos, não têm eficácia comprovada. Papel de presidente não é fazer anúncio de remédio, induzindo gente a se automedicar. Mas, se estivesse realmente preocupado com os doentes e com a ciência, e não em obrigar as pessoas a engolir o seu ponto de vista, Bolsonaro poderia perguntar ao Ministério da Saúde como vem ocorrendo a utilização dos corticosteroides nos hospitais brasileiros, e como andam os testes clínicos com a colquicina, dos quais o país participa. Esses são os únicos remédios que parecem – e vamos aqui sublinhar o parecem – fazer alguma diferença na frente de batalha.

 

2. Bolsonaro disse hoje que uma das razões para as igrejas ficarem abertas é evitar suicídios. Ele repete com frequência que o distanciamento social aumentou em muito esse tipo de morte no Brasil. No entanto, jamais citou um número concreto para embasar essa tese. Há um motivo para isso: esses números não existem. Nenhuma pesquisa, no Brasil ou no exterior, estabeleceu até agora um nexo causal entre a pandemia e o aumento de suicídios. Pelo contrário. Um estudo publicado em janeiro pela revista Psychological Medicine, uma das mais importantes do mundo no seu segmento, revisou 25 estudos recentes, com 72.004 pacientes, e constatou a existência de “efeitos significativos, mas pequenos, na ocorrência de ansiedade e depressão” desde o início da pandemia, mas “efeitos não significativos para suicídio”. No Brasil, especificamente, o Atlas da Violência registra uma tendência no aumento de suicídios que já dura 30 anos. Assim, associar qualquer crescimento nas estatísticas especificamente à Covid-19 é pura e simples picaretagem. Seria bem mais fácil correlacionar a entrada em vigor do estatuto do desarmamento, em 2003, à redução dos suicídios por arma de fogo. Mas isso, Bolsonaro obviamente não faz, porque se choca com sua fixação fálica em pistolas e fuzis. Se estivesse realmente preocupado com os suicidas, o presidente inclusive evitaria falar a torto e a direito sobre o assunto, até mesmo lendo carta de despedida em live de quinta-feira. Isso é tudo que médicos e outros especialistas recomendam não fazer.

 

3. Bolsonaro não comprou vacinas da Pfizer no ano passado porque não aceitou uma cláusula do contrato que liberava a farmacêutica de responsabilidade por efeitos adversos do medicamento. Acabou comprando neste ano, e vira e mexe dá a entender que as condições contratuais mudaram. Não é verdade. As condições foram as mesmas: a Pfizer não será responsabilizada por problemas decorrentes da vacina. A diferença é que alguém usou a cabeça e adquiriu um seguro, que protege o governo caso alguém o processe dizendo que a vacina faz mal. Do ponto de vista da gestão pública, a solução é inteligente e já poderia ter sido adotada no ano passado. Mas a prioridade de Bolsonaro não é encontrar soluções para problemas reais, e sim impor sua visão de mundo.

 

*IstoÉ

Quarta-feira,07 de abril, 2021 ás 21:30

domingo, 4 de abril de 2021

CONTRADIÇÕES E SUAS AÇÕES CONTRA A VACINAÇÃO DERRUBAM O PAÍS


Em artigo publicado ontem no O Globo, a divulgadora científica Natália Pasternak afirmou que a omissão do presidente Jair Bolsonaro e suas ações contra a vacinação na realidade estão derrubando o país a partir de suas palavras de que a Covid-19 era apenas uma gripezinha, algo assim sem maior importância e risco.

 

A realidade revelou à população que o presidente da República se tornou um adversário da vacinação e também de outras medidas indispensáveis para conter a contaminação. A contaminação, digo eu, está atingindo uma velocidade de mais de 80 mil pessoas por dia. As mortes estão na ordem de 3 mil pessoas em 24 horas.

 

O ministro Marcelo Queiroga não está conseguindo pisar no freio para conter o ciclo da infecção, deve entregar o ministério, inclusive porque não demonstra aptidão para um combate desta ordem.

 

Natália Pasternak compara a inação do governo à noite do último baile da monarquia na Ilha Fiscal. Era o fim do império. Sobre isso – acrescento – o historiador Hélio Silva tem um belo título: “1889: a República não esperou o amanhecer”.  Natália Pasternak disse ainda que enquanto as mortes ocorrem, o presidente Jair Bolsonaro passeia de jet-ski, trata a pandemia com descaso e conclui que os que tinham medo eram maricas brasileiros.

 

Na Folha de São Paulo de ontem, Demétrio Magnoli publica artigo sustentando que mesmo com a substituição do ministro da Defesa e dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o presidente Jair Bolsonaro perdeu qualquer perspectiva de desfechar um golpe contra a democracia como vinha ensaiando, principalmente a partir do momento em que participou da manifestação em frente ao Comando Militar da Esplanada dos Ministérios, na verdade incentivando os ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso. 

 

Com isso, deixou claro que pretendia livrar-se de ambos, o que se tornou impossível, principalmente agora. Isso porque os novos comandantes não possuem a menor condição de romper com as correntes representadas e represadas por seus antecessores. 

 

A minha opinião decorre de uma análise sobre o conteúdo do artigo de Demétrio Magnoli. Disse ele: “O vírus da anarquia militar está neutralizado pelos pronunciamentos dos generais Azevedo e Silva e Edson Pujol, principalmente porque a questão institucional inclui a disciplina e o respeito à democracia”.  O governo, acrescento, ficou extremamente desestabilizado com o perigoso caminho que planejou para o Brasil, absolutamente rejeitado pelos brasileiros e brasileiras.

 

O presidente Bolsonaro, reportagem de Gabriel Shinohara, O Globo, vetou dispositivos da nova Lei de Licitações. Um dos trechos vetados estabelecia a obrigatoriedade de o poder público divulgar os editais de licitações na imprensa oficial e em jornais de grande circulação. Bolsonaro, para mim, traduziu demandas de empresas e administradores públicos interessados em que o assunto mergulhe nas sombras.

 

Existe inclusive uma questão. Coloco para conhecimento pleno dos leitores. As manobras das quais saem as comissões de empresários pagando administradores, não se encontram nos termos originais das concorrências. Se for por aí, ninguém descobre não. Querendo descobrir é só fiscalizar os famosos termos aditivos que incidem sobre os preços das obras. Esses termos aditivos valem muitos bilhões de reais. 

 

Amanda Pupo e Adriana Fernandes, o Estado de São Paulo, em reportagem publicada com grande destaque, revela que entre os dias 7 e 9 deste mês o governo vai colocar em prática leilões de aeroportos, de portos e ferrovias, com a expectativa de arrecadar R$ 10 bilhões. 

 

O país está com a sua imagem arranhada pela condução da política na atual fase da vida brasileira. Parece que a questão não é de imagem, mas sim de projetos e obras que possam melhorar as condições da infraestrutura nacional. Vinte e dois aeroportos operados pela Infraero, cinco terminais portuários e o primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, na Bahia.

 

 Por: Tribuna da Internet

Domingo,04 de abril, 2021 ás 19:30