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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

COM AUMENTO DE CASOS ENTRE JOVENS, FESTAS DO FIM DE ANO PODEM PROVOCAR EXPLOSÃO DE COVID-19

 


Quando uma jovem de Curitiba foi a um recente churrasco de família, ela não poderia imaginar que contaminaria 18 familiares com a Covid-19, dos quais três acabariam por morrer devido à doença.

A origem da infecção foi uma festa marcada pela internet, ignorando as recomendações de distanciamento social, como várias espalhadas pelo país que têm contribuído para uma aceleração recente dos casos de coronavírus após um período de queda.

 

Mesmo que na maioria dos casos jovens não desenvolvam quadros graves de Covid-19, muitos têm levado o vírus para lares onde moram idosos e pessoas com comorbidades, provocando uma alta na ocupação dos leitos hospitalares, segundo especialistas.

 

A aproximação com as celebrações do final de ano tem aumentando as preocupações com um avanço ainda maior da doença.

 

“Essa chegada do final do ano e maior movimentação das pessoas vai acabar disseminando ainda mais o vírus e provocando surtos e um aumento da doença nos hospitais”, disse o pesquisador Diogo Xavier, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 

“A preocupação é muito grande. O poder público precisa agir. A gente ainda tem a oportunidade de tomar as medidas adequadas e evitar esse surto, do contrário a gente vai ter um colapso do sistema de saúde”, acrescentou, lembrando que várias cidades desmontaram os hospitais de campanha usados para receber pacientes de Covid-19 na primeira etapa da pandemia.

 

Com quase 6,5 milhões de infecções e mais de 175 mil mortes, o Brasil é o terceiro país do mundo com mais casos confirmados de Covid-19 e o segundo com mais mortes em decorrência da doença.

 

Depois de atingir um pico no final de julho, com quase 70.000 casos novos e mais de 1.500 óbitos em um único dia, a Covid-19 parecia estar sendo controlada ao cair para o patamar de 20 mil casos e 425 mortes por dia no final de outubro.

 

Na semana passada, no entanto, o número de casos novos por dia chegou a 34 mil e as mortes ficaram em 510 por dia na média, destacando o repique do surto.

 

Em São Paulo, que concentra a maioria dos casos no país, o percentual de jovens de 20 a 29 anos no total de casos de Covid-19 cresceu 25,7% em novembro na comparação com junho, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde levantados pela GloboNews. Hospitais da cidade também apontaram uma redução na média de idade das pessoas internadas devido à doença.

 

Apesar disso, nas maiores cidades do país as ruas estão cada vez mais próximas da normalidade, com restaurantes e lojas cheios de pessoas muitas vezes sem máscara.

 

“Você pega o que aconteceu nas ruas nas últimas semanas... pessoas andando sem máscara, aglomerações em bares, festas, praias. Pessoas se aglomeram, sem circulação de ar. Você vê em bares, em festas, milhares de pessoas pulando, cantando, quando se canta dispersa muitos perdigotos. Milhares de pessoas juntas grudadas umas nas outras pulando, bebendo e cantando, não tem ar livre suficiente para resolver”, disse o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

 

Segundo dados do Google, o transporte público e os locais de trabalho no país estão com frequência de pessoas inclusive maior do que antes das quarentenas impostas devido à pandemia, enquanto a mobilidade em lugares como restaurantes, cafés e shopping centers está bem maior do que no início da crise.

 

O caso da jovem de Curitiba foi revelado pela secretária de Saúde da capital paranaense, Márcia Huçulak, ao fazer um apelo para que as pessoas evitem aglomerações até mesmo dentro do círculo familiar, uma vez que mesmo idosos que permanecem isolados têm sido infectados dentro de casa.

 

“A gente acompanha casos muito tristes, como o de uma jovem, que foi em uma dessas festas e depois, no domingo, foi ao churrasco da família. Dessa moça, 18 contraíram o coronavírus e tivemos três óbitos”, disse a secretária.

 

Muitos desses jovens contraíram o vírus ao aproveitar as flexibilizações de quarentenas para retomar atividades após muitos meses de confinamento, que provocaram custos emocionais.

 

Pesquisa da Fiocruz em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontou que os jovens adultos são aqueles que mais sentiram impactos em seu estado de ânimo devido ao isolamento social, com 54% se dizendo deprimidos e 70% ansiosos ou nervosos frequentemente.

 

“A gente sente a população muito cansada de manter os hábitos de higiene, do uso da máscara, de ficar em isolamento”, disse a pesquisadora da Fiocruz Celia Landmann Szwarcwald, coordenadora do trabalho. “Quando deram o ok, a população se sentiu liberada, se deram o ok eu posso ir, mas esqueceram dos procedimentos que poderiam ter continuidade, como, por exemplo, o uso de máscara. ”

 

Com o aumento de casos e a alta na ocupação de leitos de UTI, autoridades de alguns Estados voltaram a impor medidas para reduzir a circulação de pessoas, incluindo toques de recolher noturnos anunciados esta semana no Paraná e em Santa Catarina e um recuo de fase no plano de reabertura em São Paulo.

 

No Rio de Janeiro, o aumento de casos “já está provocando grande estresse no sistema de assistência à saúde”, de acordo com nota técnica de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 

Segundo o documento, é “urgente que as autoridades governamentais implementem ações para o enfrentamento desse novo aumento de casos de Covid-19”, incluindo o fechamento das praias, proibição de eventos presenciais e uma possível decretação de lockdown.

 

Nesta sexta-feira, a prefeitura da capital anunciou o fechamento das escolas municipais para reduzir o risco de contágio, assim como autorização para shoppings e centros comerciais funcionarem 24 horas por dia para reduzir as aglomerações por causa do Natal.

 

Apesar da situação complicada, diversas celebrações de réveillon na cidade estão com ingressos à venda pela internet, com entrada de até 1.870 reais para uma festa no famoso morro do Pão de Açúcar.

 

“Seja com distanciamento, como o protocolo pede agora, ou quem sabe com mais flexibilidade, se permitido até o fim do ano... O que sabemos, com certeza, é que teremos um momento para vivermos juntos a passagem para o próximo ano! ”, diz o convite.

 (Reuters)

Sexta-feira, 04 de dezembro, 2020 ás 21:30  


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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

PLANO NACIONAL DE VACINAÇÃO TERÁ QUATRO FASES

 


O plano nacional de vacinação contra a covid-19 terá quatro fases. Em cada etapa serão atendidos determinados tipos de públicos, escolhidos a partir do risco da evolução para quadros graves diante da infecção, da exposição ao vírus e de aspectos epidemiológicos da manifestação da pandemia no país.

 

A proposta preliminar foi discutida em reunião realizada hoje (1º) com a participação do Ministério da Saúde e outras instituições, como a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Butantan, o Instituto Tecnológico do Paraná e conselhos nacionais de secretários estaduais (Conass) e municipais (Conasems) de saúde.

 

A primeira fase terá como prioridade trabalhadores de saúde, pessoas de 75 anos ou mais e idosos em instituições de longa permanência (como asilos), bem como povos indígenas. Na segunda fase a imunização será focada nos idosos de 60 a 74 anos. Pacientes a partir de 60 anos são considerados grupo de risco pelo risco maior da contaminação evoluir para uma morte.

 

Na terceira fase estarão pessoas com comorbidades, condições médicas que também favorecem um agravamento do quadro a partir da covid-19. Entre as doenças crônicas incluídas neste grupo estão as cardiopatias e doenças renais crônicas.

 

A quarta fase vai focar em professores, forças de segurança, trabalhadores do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade. O conjunto destes segmentos soma 109,5 milhões de pessoas, que deverão receber, cada um, duas doses. No comunicado do Ministério sobre a reunião não há informações sobre o restante da população.

 

O Brasil já firmou acordo para compra de 100,4 milhões de doses com o consórcio Oxford/Astrazeneca e 42,5 milhões no âmbito do grupo Covax Facility, que reúne governos e empresas de diversos países.

 

De acordo com o ministério, o planejamento apresentado pode sofrer alterações no decorrer dos debates sobre o esforço de imunização contra a covid-19. Os representantes da pasta informaram durante a reunião que estão negociando a aquisição de mais seringas e agulhas. O órgão está providenciando a aquisição de 300 milhões de seringas no mercado nacional e 40 milhões no internacional.

 

O Ministério da Saúde manteve reunião nas últimas semanas com outros grupos desenvolvendo vacinas, como Pfizer e Biontech (EUA e Alemanha), Instituto Gamaleya (Rússia), Baharat Biontech (covaxin).

 

Governo estaduais firmaram parcerias próprias, como o de São Paulo com Sinovac para a Coronavac e os governos do Paraná e da Bahia com o Instituto Gamaleya para a Sputinik V, mas não houve anúncio de planos específicos. Nenhuma destas vacinas obteve ainda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  (ABr)

Terça-feira, 1º de dezembro, 2020 ás 22:00