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sábado, 9 de janeiro de 2021

O EMBAIXADOR DA COVID NO BRASIL


Quem tem mais de, sei lá, 35 ou 40 anos de idade, teve o privilégio de assistir a Os Trapalhões, programa de humor dominical exibido durante décadas na Rede Globo. Quem não os conhece, sugiro um passeio de horas, dias e meses pelo YouTube. Há um acervo espetacular de vídeos hilários por lá.

 

O líder da trupe era Renato Aragão, nosso eterno Didi. Completavam o quarteto os inesquecíveis e impagáveis Mussum (Antônio Carlos Bernardes Gomes, precocemente falecido em 1994, aos 53 anos) e Mauro Faccio Gonçalves (1934-1990), o Zacarias, além de Manfried Sant’Anna, o Dedé.

 

Pouca gente se lembra do nome completo do Didi: Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgino Mufumbbo. Pouca gente se esquecerá do nome abreviado de Bolsonaro: Jair Messias Bolsonaro. Abreviado? Sim. A partir de agora eu, Ricardo Kertzman, o Grande, rebatizo a aberração como: Jair Messias Cloroquina Ivermectina Gripezinha Jacaré Bolsonaro.

 

Didi, melhor dizendo, Renato Aragão será lembrado eternamente por sua participação em programas sociais belíssimos. Religioso e caridoso, foi o primeiro embaixador da Unicef no Brasil. Não é possível saber (contabilizar), mas Renato/Didi salvou vidas. Muitas vidas. Já o “embaixador da Covid” pode ter ajudado a ceifar várias, dentre as mais de 200 mil mortes.

 

Jair Messias Cloroquina Ivermectina Gripezinha Jacaré Bolsonaro é o embaixador da Covid no Brasil. É quem promove e incentiva aglomerações; quem se manifesta contra o distanciamento social e o uso de máscaras; quem propagandeia remédios e tratamentos fictícios; quem, ao menos publicamente, faz pregação contra as vacinas.

 

Digo “publicamente” porque, ontem (08), o amigão do Queiroz impôs sigilo centenário sobre sua caderneta de vacinação. O maridão da “Micheque” não quer que ninguém que esteja vivo saiba se ele irá se vacinar contra o coronavírus. Só que o tolinho se esqueceu de uma coisa: haverá pencas de provas irrefutáveis.

 

Não adianta o Capetão Cloroquina impor sigilo de 100 anos sobre sua caderneta de vacinação. Se tomar vacina escondido, saberemos mesmo assim. Afinal, não dá para esconder uma cauda de jacaré, não é mesmo? Isso se der sorte e não morrer, ou ficar inválido ou com anomalias. Fora o risco de ficar com voz de mulher.

 

O embaixador da Covid já nos alertou para os efeitos colaterais acima. Além disso, não só não conseguiu comprar qualquer imunizante ainda, como nem sequer se preocupou com seringas e agulhas. Jair Messias Cloroquina Ivermectina Gripezinha Jacaré Bolsonaro esteve recentemente com o Zé Gotinha. Vai ver que, ignorante como é, pensa que a vacina será em gotas. Didi Mocó para presidente em 2022!

*IstoÉ

Sábado, 09 de janeiro, 2021 ás 11:00   

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

BUTANTAN DIZ QUE CORONAVAC PREVINE 100% DE CASOS GRAVES DE COVID

 


A CoronaVac, potencial vacina contra a Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, tem eficácia de 100% na prevenção de casos graves da doença tanto em jovens quanto em idosos, informou nesta quinta-feira o Instituto Butantan, responsável pelos testes clínicos com a vacina no Brasil.

 

Os resultados dos testes clínicos em Fase 3 com a vacina foram anunciados em entrevista coletiva na sede do instituto, na zona oeste de São Paulo. A CoronaVac teve eficácia geral de 78% contra a Covid-19, de acordo com os números apresentados, e de 100% para evitar casos graves, moderados e internações hospitalares causadas pela doença, que já matou quase 200 mil pessoas no Brasil, segundo país com maior número de mortos pelo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos.

 

“A vacina protegeu 100% com relação a casos graves de Covid-19. Não só, protegeu também 100% contra casos moderados de Covid-19”, disse o presidente do Butantan, Dimas Covas, na entrevista.

 

“A internação hospitalar foi evitada. Nenhum voluntário que recebeu a vacina foi internado, 100% de eficácia. A pessoa pode até se infectar, mas nós queremos que essa pessoa não progrida com essa doença, que essa pessoa não fique mais grave e que essa pessoa não tenha que ir para o hospital e fique internada.”

 

Covas lembrou que o estudo clínico da CoronaVac, feito com 12.476 profissionais de saúde até o momento, incluiu pessoas idosas e que, com isso, é possível afirmar que a vacina mostrou-se 100% eficaz também na prevenção de casos graves de Covid-19 em idosos. Não foi informada a proporção de idosos no estudo.

 

“A eficácia para proteção contra casos graves se aplica tanto aos mais jovens como aos idosos. Não há nesse momento nenhuma diferença observada”, disse o presidente do Butantan.

 

O instituto já havia informado que a CoronaVac mostrou-se segura durante os testes, sem provocar efeitos colaterais graves. De acordo com o Butantan, a vacina provocou apenas, e somente em alguns casos, efeitos leves e esperados em qualquer vacinação, como febre baixa e dor no local da aplicação.

 

Covas afirmou ainda que representantes do Butantan fizeram uma reunião inicial com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quinta como parte de um protocolo para a apresentação do pedido para uso emergencial da vacina junto à agência. Ele espera que o pedido seja formalizado até a sexta-feira e a Anvisa informou que fará uma nova reunião com o Butantan às 18h desta quinta.

 

Uma vez apresentado o pedido para uso emergencial, a Anvisa afirma que o analisará em 10 dias.

 

Já o pedido de registro definitivo do imunizante deverá ser feito pela Sinovac, na China, e, com isso, em conjunto entre o laboratório chinês e o Butantan no Brasil. Não foi dado um prazo para o pedido definitivo.

 

Na avaliação de Cristina Bonorino, integrante do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia, seria importante ter acesso aos dados do estudo clínico em detalhe. Ela disse, ao mesmo tempo, que, confirmados os dados anunciados, trata-se de um resultado “excelente”.

 

“Eu acho que o mais importante é que a gente confirme se são realmente esses os dados. Uma coisa são os dados apresentados na entrevista, outra coisa é quando a gente pega os dados e reanalisa eles, porque é isso que o comitê da Anvisa faz”, disse.

 

“Se é isso mesmo, é um excelente resultado. E não tem que comparar esses 78% com a vacina da Pfizer, porque a gente não tem a vacina da Pfizer, essa é a única que a gente tem, então está maravilhoso”, disse em referência à vacina desenvolvida em parceria entre a norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech, que apresentou eficácia de 95%.

 

Indagado durante a coletiva sobre dados mais detalhados do estudo clínico com a CoronaVac, Covas afirmou que o relatório com os resultados será entregue à Anvisa e publicado em revistas científicas, mas que não iria detalhá-los na entrevista.

 

Ele afirmou, no entanto, que dos voluntários do estudo, 218 contraíram Covid-19 e, desse total, “cento e sessenta e alguma coisa” tomaram placebo e “pouco menos de 60” receberam a vacina.

INTERVALO ENTRE DOSES

 

Covas explicou que o plano inicial de vacinação definido pelas autoridades de saúde de São Paulo prevê um intervalo de 14 dias entre as aplicações da primeira e da segunda doses da CoronaVac, mas que as autoridades de saúde estudam ampliar o intervalo para 28 dias para aumentar a cobertura inicial de vacinação na população. Segundo ele, o intervalo previsto pode variar entre esses dois prazos.

 

Ele defendeu ainda que a vacinação comece rapidamente.

 

“É uma excelente vacina para o momento. Precisamos que ela chegue ao braço das pessoas. Precisamos que ela seja aplicada nos profissionais de saúde e nos idosos, na primeira fase do programa, o mais rapidamente”, disse.

 

O Butantan já tem em solo brasileiro 10,8 milhões de doses da CoronaVac. A expectativa do instituto é chegar a 46 milhões de doses até meados de fevereiro e 100 milhões em maio.

 

Também presente na entrevista coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reiterou que a vacinação com a CoronaVac começará no Estado no dia 25 de janeiro.

 

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em pronunciamento na quarta-feira em rede nacional de rádio e TV, citou a CoronaVac entre os imunizantes que estarão no Programa Nacional de Imunização e previu o início da vacinação para este mês.

 

A CoronaVac tem sido nos últimos meses o cerne de uma disputa política entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro.

 

De um lado o governador paulista tem na vacina um trunfo em uma possível candidatura á Presidência em 2022 e aproveita as frequentes entrevistas para criticar a forma como Bolsonaro lida com a pandemia.

 

Do outro, Bolsonaro, que minimiza a Covid-19 e já afirmou que não se vacinará contra a doença --que tanto ele como Doria já contraíram--, criticou recentemente a vacina da Sinovac, afirmando que ela não transmitiria segurança à população por ter origem na China.

OUTRAS VACINAS

 

Dois imunizantes que já apresentaram resultados de testes em Fase 3 registraram uma eficácia superior à registrada pela CoronaVac nos testes feitos no Brasil.

 

A vacina desenvolvida em conjunto entre a norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech mostrou eficácia de 95% nos estudos de Fase 3 e já está sendo aplicada em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

 

O imunizante da Moderna indicou ser 94% eficaz na prevenção da doença.

 

Já a vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou eficácia média de 70,4%, em uma análise combinada de dados preliminares de estudos de estágio final.

 

Durante a coletiva desta quinta, Covas afirmou que o fato de a CoronaVac ter sido testada somente em profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19 faz dela a vacina que, nas palavras do presidente do Butantan, passou “pela prova mais dura no mundo” para um imunizante contra o coronavírus.

 

A CoronaVac usa a tecnologia de vírus inativado --em que um vírus morto ou pedaços do vírus são injetados na pessoa para provocar uma resposta imune. Esse modelo de vacina já é fabricado pelo Butantan para a prevenção de outras doenças.

 

As vacinas Pfizer/BioNTech e da Moderna usam a tecnologia de RNA mensageiro, ao passo que o imunizante AstraZeneca/Oxford usa o mecanismo de vetor viral, em que um adenovírus incapaz de causar infecção em humanos é geneticamente alterado para incluir pedaços do coronavírus e gerar uma resposta imune.

 

O governo federal tem um acordo para a compra, transferência de tecnologia e futura produção local da vacina da AstraZeneca. O Ministério da Saúde mantém tratativas para compra de doses da vacina da Pfizer.

 

No caso da CoronaVac, o acordo do Butantan prevê também a transferência de tecnologia para a produção integral da CoronaVac no Brasil em uma nova fábrica do instituto cuja previsão de conclusão é setembro de 2021.

(Reuters)

Quinta-feira, 07 de janeiro, 2021 ás 22:00  

domingo, 3 de janeiro de 2021

EXCESSO DE TRABALHO E PANDEMIA PODEM DESENCADEAR SÍNDROME DE BURNOUT

 


A sobrecarga de trabalho e o esgotamento devido a essa sobrecarga, que pode desencadear a Síndrome de Burnout, estão chamando a atenção dos profissionais da área médica do trabalho. Eles indicam a necessidade de maior atenção para os sintomas durante o período de tensão e fadiga provocado pela pandemia de covid-19, que trouxe a necessidade de manter o isolamento social pelo máximo de tempo possível.

 

Burnout é um transtorno psíquico de caráter depressivo, com sintomas parecidos com os do estresse, da ansiedade e da síndrome do pânico, mas no qual o especialista percebe a associação com a vida profissional da pessoa. A síndrome, que foi incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, em uma lista que entrará em vigor em 2022, se não tratada pode evoluir para doenças físicas, como doença coronariana, hipertensão, problemas gastrointestinais, depressão profunda e alcoolismo.

 

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que analisou o impacto da pandemia e do isolamento social na saúde mental de trabalhadores essenciais, mostrou que sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% desses trabalhadores durante a pandemia, no Brasil e na Espanha. Mais da metade deles (e 27,4% do total de entrevistados) sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% têm abusado de bebidas alcoólicas; 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono; e 30,9% foram diagnosticados ou se tratou de doenças mentais no ano anterior.

 

Segundo a OMS, no Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem com depressão e até 2030 essa será a doença mais comum no país. A Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional também vem crescendo como um problema a ser enfrentado pelas empresas e, de acordo com um estudo realizado em 2019, cerca de 20 mil brasileiros pediram afastamento médico no ano por doenças mentais relacionadas ao trabalho.

 

“A pandemia tem sido muito prejudicial a toda a sociedade e os trabalhadores têm sofrido grande parte desses impactos. Por isso, agir e minimizar esse cenário é também uma responsabilidade das empresas, pois cabe a elas fomentar a saúde, segurança e qualidade de vida das suas equipes. O emocional das pessoas tem sido fortemente abalado pelo isolamento social, as incertezas do futuro, a pressão para alcançar resultados, as dificuldades do trabalho remoto, entre outros pontos”, disseram o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho (Abresst), médico e gestor em saúde, Ricardo Pacheco.

 

Segundo ele, o assunto tem merecido tanta atenção que em março desse ano a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu os impactos da pandemia na saúde mental e publicou um documento desenvolvido pelo Departamento de Saúde Mental, com mensagens de apoio e bem-estar de diferentes grupos-alvo.

 

“O intuito dessa ação foi promover o cuidado psicológico com a população mundial. Além das mensagens para as pessoas em geral, o documento contém uma sessão voltada aos trabalhadores. Isso acontece porque as relações profissionais foram muito afetadas pela covid-19, gerando, além das incertezas com a estabilidade do trabalho, a insegurança para sair de casa e trabalhar, ou mesmo a dificuldade para conciliar a quarentena em família e o home office”, disse Pacheco.

 

Uma das medidas importantes para prevenir a Síndrome de Burnout, de acordo com o médico, é a implantação de adequações para que o chamado novo normal funcione tanto agora quanto depois da pandemia. Para ele é extremamente necessário que a saúde mental dos trabalhadores seja um dos itens de maior atenção por parte das empresas, incluindo o treinamento dos líderes e a criação de novas ações para diminuir os problemas emocionais da equipe, além de acompanhar de perto a saúde de cada funcionário.

 

A gestora de benefícios, Patrícia Mota Mendes Luiz Santos, está em tratamento depois de ser diagnosticada com a síndrome. Os sintomas começaram com dores de cabeça constantes até que um dia ela foi dormir e acordou com a dor. Ao chegar no trabalho, sentiu uma dor mais forte e avisou uma colega sobre não estar bem.

 

“Parecia que estava num lugar estranho, as coisas e o meu raciocínio começaram a ficar lentos. De repente me deu uma crise de choro e pânico, um desespero. Adormeceram as minhas mãos, um lado do rosto e eu pensei que estava enfartando. Me paralisou um lado do corpo. Fui levada ao pronto-socorro, mas não havia alterações e depois disso fui diagnosticada com Burnout".

 

A partir de então Patrícia, que se auto pressionava para ser excelente em tudo, precisou aprender a "colocar o pé no freio" e a lidar com um ritmo de vida mais vagaroso sem ficar ansiosa por resolver tudo no mesmo dia. "O ponto inicial de tudo é a aceitação. Saber que naquele momento eu estou naquela situação e não sou aquilo. Por isso a terapia é fundamental. Os remédios ajudam, mas quem realmente tira da crise é a terapia".

 

Atualmente ela não toma mais medicamentos porque aprendeu a se controlar com muita terapia e autoconhecimento. “Eu acho que isso não tem cura, mas temos o controle e o entendimento de que precisamos nos dar o tempo necessário e que não conseguimos ser 100% em tudo, principalmente nós que somos mulheres. E a mulher tende a se cobrar muito nesse sentido, achando que tem que ser perfeita em todos os setores da vida e aí acontecem os acúmulos que desencadeiam nas síndromes”, finalizou. (ABr)

Domingo, 03 de janeiro, 2021 ás 11:00   


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