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segunda-feira, 12 de abril de 2021

VACINADOS DEVEM OBSERVAR INTERVALO ENTRE IMUNIZANTES

 

Com a vacinação de pessoas contra a covid-19 avançando, é importante ficar atento ao intervalo entre essa aplicação e a de outros imunizantes. Médicos recomendam um prazo entre essas duas vacinas para não prejudicar os efeitos delas.

 

Segundo o infectologista Hemerson Luz, o intervalo sugerido pelos profissionais é de 14 dias. A orientação médica vale para qualquer vacina do calendário ou para influenza no caso dos grupos que serão imunizados contra a covid-19.

 

Essa preocupação não inclui, por exemplo, crianças que ainda não tiveram testes comprovando a eficácia das atuais vacinas contra a covid-19.

 

Hemerson Luz explica que o intervalo de duas semanas é recomendado para que a vacina consiga gerar resultados, com a produção de anticorpos correspondentes aos efeitos de cada imunizante.

 

O período de 14 dias deve ser observado independentemente de qual vacina foi tomada primeiro. Então, se alguém receber imunizante contra a covid-19, deve aguardar pelo menos duas semanas antes de tomar qualquer outra vacina e vice-versa.

 

O infectologista comenta que os calendários foram pensados para evitar que uma pessoa tenha tomado a vacina contra a Iifluenza e, logo depois, chegue a sua vez na lista de grupos prioritários da campanha contra a covid-19.

 

“O planejamento vai ser feito da seguinte forma: a vacinação contra a influenza vai começar por crianças e gestantes, que não estão incluídas na vacina da covid-19. Isso vai dar tempo de resposta para começar a campanha, enquanto os mais idosos estão sendo vacinados contra a covid-19”, afirma Hemerson Luz.

 

Se houver, no entanto coincidência dos períodos de vacinação fica mantida a orientação de esperar os 14 dias para não prejudicar nenhuma das duas.  (ABr)

Segunda-feira,12 de abril, 2021 ás 10:17

 

quinta-feira, 8 de abril de 2021

TRABALHADORES AUTÔNOMOS FORAM MAIS PREJUDICADOS POR PANDEMIA EM 2020

 

A crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) prejudicou mais os trabalhadores por conta própria, revela pesquisa divulgada quinta-feira (8/4) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o levantamento, essa categoria teve a maior queda no rendimento em 2020.

 

O pior momento para os trabalhadores autônomos ocorreu no segundo trimestre de 2020, quando a categoria recebeu 24% a menos do que a renda habitual. No quarto trimestre do ano passado, o indicador recuperou-se levemente, mas continuou abaixo dos níveis anteriores à pandemia, com recuo de 10%.

 

Os trabalhadores privados e sem carteira receberam 13% a menos do que a renda habitual no segundo trimestre e 4% a menos no último trimestre do ano passado. Os trabalhadores privados com carteira assinada não tiveram perda no segundo e no terceiro trimestres de 2020 e encerraram o último trimestre do ano passado ganhando 5% acima da renda habitual. No serviço público, os trabalhadores receberam 1% a mais que a renda habitual no segundo trimestre, 3% no terceiro trimestre e 5% a mais no último trimestre do ano passado.

 

Realizada com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a pesquisa comparou a renda média efetiva com a renda média habitual. Enquanto a renda média efetiva caiu por causa do aumento do desemprego e da contratação com salários mais baixos, a renda média habitual subiu porque a perda de ocupações se concentrou nas áreas mais mal remuneradas.

 

Segundo o Ipea, a elevação da renda habitual para os trabalhadores privados com carteira assinada e o serviço público deve-se ao fato de que a eliminação de postos de trabalho atingiu principalmente os setores de construção, comércio e alojamento e alimentação, além de empregados sem carteira assinada e principalmente trabalhadores por conta própria. Dessa forma, quem permaneceu empregado foram os trabalhadores de renda relativamente mais alta, que puxam o rendimento médio habitual para cima.

 

Ao analisar apenas a renda efetiva dos três últimos meses do ano passado, sem levar em conta a comparação com a renda habitual, a pesquisa mostra que a queda também foi maior entre os trabalhadores por conta própria. Essa categoria encerrou 2020 ganhando 6,7% a menos que no mesmo período de 2019.

 

O recuo chegou a 1,4% entre os trabalhadores privados com carteira e 0,2% no setor público. Apenas os trabalhadores com carteira assinada recebiam, em média, 1,4% a mais no último trimestre de 2020 em relação aos mesmos meses de 2019, refletindo a recuperação do emprego formal no fim do ano passado.

 

Para Sandro Sacchet, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e autor do estudo, o fato de ter havido queda nos rendimentos efetivos em alguns grupos de trabalhadores no quarto trimestre indica potenciais efeitos do início da segunda onda da pandemia da covid-19. Segundo ele, os impactos poderão ser compreendidos quando forem divulgados os dados no primeiro trimestre de 2021.

 

Na comparação por faixa de renda, a pesquisa mostra que a pandemia afetou proporcionalmente os mais pobres. Entre o primeiro e o segundo trimestres de 2020, o total de domicílios sem renda do trabalho aumentou de 25% para 31,5%. No quarto trimestre, a proporção chegou a 29%, mostrando uma recuperação lenta do nível de ocupação.

 

Em relação à quantidade de horas habitualmente trabalhadas, o levantamento mostra que a pandemia não afetou significativamente o indicador. No segundo trimestre, o total de horas trabalhadas caiu para 30,7 horas semanais, recuperando-se para 36,2 horas semanais no terceiro trimestre e encerrando o quarto trimestre em 37,4 horas semanais, com queda de apenas 5% em relação ao último trimestre de 2019. (ABr)

Quinta-feira,08 de abril, 2021 ás 16:58

 


quarta-feira, 7 de abril de 2021

E A MENTIRA VOS SEPULTARÁ

 

Jair Bolsonaro disse na quarta-feira (7/4), que a imprensa precisa divulgar a verdade dos fatos. Também acho, uma vez que o presidente mente sem parar. Então vamos lá, fazer o contrário do que faz Bolsonaro todos os dias, em todos os assuntos, mas especialmente quando o assunto é pandemia.

 

1. Bolsonaro continua propagandeando o uso da cloroquina. Nesta quarta-feira, fez isso em Chapecó, cujo prefeito também defende o uso livre do remédio. Bolsonaro e o tal prefeito acham que a cidade é um exemplo a ser seguido, e com isso cospem na cara da verdade. Chapecó tem 97% dos leitos de UTI ocupados e tem taxa de mortalidade pela Covid-19 muito maior que a nacional: 238 por 100 mil habitantes, contra 158 por 100 mil habitantes. Durante a visita ao município, Bolsonaro disse que a imprensa se preocupa demais com a vacina, e pouco com remédios que podem curar os doentes. Pois bem: a melhor e mais acessível análise de novos medicamentos para combate à Covid-19 está no site do The British Medical Jornal (BMJ). Ele mantém um infográfico online continuamente atualizado, que reúne informações sobre 101 testes de remédios e mostra que apenas dois são promissores. Todos os outros, hidroxicloroquina e ivermectina incluídos, não têm eficácia comprovada. Papel de presidente não é fazer anúncio de remédio, induzindo gente a se automedicar. Mas, se estivesse realmente preocupado com os doentes e com a ciência, e não em obrigar as pessoas a engolir o seu ponto de vista, Bolsonaro poderia perguntar ao Ministério da Saúde como vem ocorrendo a utilização dos corticosteroides nos hospitais brasileiros, e como andam os testes clínicos com a colquicina, dos quais o país participa. Esses são os únicos remédios que parecem – e vamos aqui sublinhar o parecem – fazer alguma diferença na frente de batalha.

 

2. Bolsonaro disse hoje que uma das razões para as igrejas ficarem abertas é evitar suicídios. Ele repete com frequência que o distanciamento social aumentou em muito esse tipo de morte no Brasil. No entanto, jamais citou um número concreto para embasar essa tese. Há um motivo para isso: esses números não existem. Nenhuma pesquisa, no Brasil ou no exterior, estabeleceu até agora um nexo causal entre a pandemia e o aumento de suicídios. Pelo contrário. Um estudo publicado em janeiro pela revista Psychological Medicine, uma das mais importantes do mundo no seu segmento, revisou 25 estudos recentes, com 72.004 pacientes, e constatou a existência de “efeitos significativos, mas pequenos, na ocorrência de ansiedade e depressão” desde o início da pandemia, mas “efeitos não significativos para suicídio”. No Brasil, especificamente, o Atlas da Violência registra uma tendência no aumento de suicídios que já dura 30 anos. Assim, associar qualquer crescimento nas estatísticas especificamente à Covid-19 é pura e simples picaretagem. Seria bem mais fácil correlacionar a entrada em vigor do estatuto do desarmamento, em 2003, à redução dos suicídios por arma de fogo. Mas isso, Bolsonaro obviamente não faz, porque se choca com sua fixação fálica em pistolas e fuzis. Se estivesse realmente preocupado com os suicidas, o presidente inclusive evitaria falar a torto e a direito sobre o assunto, até mesmo lendo carta de despedida em live de quinta-feira. Isso é tudo que médicos e outros especialistas recomendam não fazer.

 

3. Bolsonaro não comprou vacinas da Pfizer no ano passado porque não aceitou uma cláusula do contrato que liberava a farmacêutica de responsabilidade por efeitos adversos do medicamento. Acabou comprando neste ano, e vira e mexe dá a entender que as condições contratuais mudaram. Não é verdade. As condições foram as mesmas: a Pfizer não será responsabilizada por problemas decorrentes da vacina. A diferença é que alguém usou a cabeça e adquiriu um seguro, que protege o governo caso alguém o processe dizendo que a vacina faz mal. Do ponto de vista da gestão pública, a solução é inteligente e já poderia ter sido adotada no ano passado. Mas a prioridade de Bolsonaro não é encontrar soluções para problemas reais, e sim impor sua visão de mundo.

 

*IstoÉ

Quarta-feira,07 de abril, 2021 ás 21:30