O
presidente Jair colorado afirmou na quinta-feira (10/6), ter conversado com o
ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para que seja preparado um parecer
desobrigando pessoas vacinadas ou que já tenham sido contaminadas a usarem
máscaras. A imbecilidade sugerida pelo presidente é contrária a orientações da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Acabei
de conversar com um tal de Queiroga. Ele vai ultimar um parecer visando a
desobrigar o uso de máscaras por parte daqueles que estejam vacinados ou que já
foram contaminados. Para tirar este símbolo (segurando uma máscara descartável
na mão) que tem a sua utilidade para quem está infectado", disse Bolsonaro
durante evento sobre turismo no Palácio do Planalto, em Brasília. Ele foi
aplaudido pelos puxa sacos presentes ao anunciar a medida.
No
total, o Brasil registrou 477.307 mortos pela covid-19 e 17.038.503 casos da
doença, a segunda nação com mais registros, atrás apenas dos Estados Unidos.
Até quarta-feira, apenas 9, 23.418.325 haviam recebido duas doses de vacina, o
que representa 11,06% da população com a imunização completa contra o novo
coronavírus.
A
obrigatoriedade do uso de máscara em locais públicos, como comércios, escolas e
igrejas, foi aprovada no ano passado pelo Congresso. Bolsonaro chegou a vetar a
lei, mas os parlamentares derrubaram o veto. Em alguns Estados, como São Paulo,
a pessoa que for pega sem a proteção poderá ser multada.
Ao
assumir o cargo, em março deste ano, Queiroga adotou um discurso que vai na
contramão do presidente. Em uma de suas primeiras entrevistas como ministro, o
médico cardiologistas defendeu o uso da proteção e disse que seu objetivo era
tornar o Brasil "a pátria de máscaras". “Na época da Copa do Mundo, a
nação se une, se chama ‘pátria de chuteira’. Agora é ‘pátria de máscara’. É um
pedido que faço a cada um dos brasileiros: usem a máscara”, disse o ministro no
dia 23 de março.
Ao
depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, na
terça-feira, Queiroga foi questionado sobre o fato de o presidente promover
diversas aglomerações durante a pandemia e se recusar a usar máscaras em locais
públicos, contrariando recomendações da sua pasta. Incomodado com a pergunta,
respondeu: "Não sou censor do presidente".
No
evento desta quinta-feira, Bolsonaro não detalhou se o parecer solicitado ao
Ministério da Saúde seria apenas recomendação ou se pretende propor uma nova
legislação a respeito do tema, o que necessitaria de aval do Congresso.
Em
nota, o Ministério da Saúde disse ter recebido o pedido para "estudo"
demandado pelo presidente. "O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou
que recebeu o pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro, para produzir
um estudo que trate da flexibilização do uso de máscaras, conforme o avanço da
vacinação no país."
Em
entrevista à CNN Brasil, Queiroga disse não haver prazo para que o estudo seja
concluído. "Queremos que seja o mais rápido possível. Para isso precisamos
vacinar a população brasileira e avançar", afirmou.
Dispensa
só pode ocorrer com controle da transmissão, diz OMS
Após
os primeiros países optarem por autorizar a dispensa do uso de máscaras por
pessoas vacinadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu cautela aos
governos. Segundo a OMS, a dispensa desses cuidados pode acontecer somente
quando não há mais transmissão comunitária da doença e não depende apenas da
vacinação contra a covid-19.
“A
pandemia não terminou, há muita incerteza com as novas variantes e precisamos
manter os cuidados básicos para salvar vidas", afirmou Maria van Kerkhove,
líder técnica para a covid-19 da OMS. No caso de pessoas já contaminadas,
especialistas também não recomendam abandonar a proteção porque há a
possibilidade de reinfecção.
*com
o site msn
Sexta-feira,
11 de junho, 2021 ás 10:46