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quinta-feira, 8 de julho de 2021

INFLAÇÃO FICA EM 0,53% EM JUNHO, PUXADA PELA ALTA DA ENERGIA ELÉTRICA

 

A inflação desacelerou para 0,53% em junho, depois de chegar a 0,83% em maio. Esse é o maior resultado para o mês desde junho de 2018, quando ficou em 1,26%. Com esse resultado, o indicador acumula alta de 3,77% no ano e 8,35% nos últimos 12 meses.

 

Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado quinta-feira (8/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA é usado como referência para a inflação oficial do país e utiliza como base os custos das famílias com renda mensal de até 40 salários mínimos.

 

Segundo o levantamento, a variação acumulada em 12 meses é a maior desde setembro de 2016 (8,48%). Em junho de 2020, a taxa da inflação foi de 0,26%.

 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em junho. O maior impacto (0,17 ponto percentual - p.p) foi do grupo habitação (1,10%), principalmente, por causa da energia elétrica (1,95%). Embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (5,37%), a conta de luz teve o maior impacto individual no índice do mês (0,09 p.p.).

 

“A energia continuou subindo muito por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou a vigorar em junho e acrescenta R$ 6,243 à conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em maio, estava em vigor a bandeira vermelha patamar 1, cujo acréscimo é menor (R$ 4,169). Os preços, porém, desaceleraram em junho devido aos diversos reajustes captados em maio nas áreas pesquisadas”, disse, em nota, o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.

 

Na sequência dos aumentos, vieram alimentação e bebidas (0,43%) e transportes (0,41%), ambos com o segundo maior impacto no índice (0,09 p.p). A alimentação no domicílio passou de 0,23% em maio para 0,33% em junho, puxada pelas carnes (1,32%), que subiram pelo quinto mês consecutivo e acumulam alta de 38,17% em 12 meses. Em relação à queda de preços, destacam-se a batata-inglesa (-15,38%), a cebola (-13,70%), o tomate (-9,35%) e as frutas (-2,69%).

 

A alimentação fora do domicílio (0,66%) desacelerou em relação a maio (0,98%), principalmente devido ao lanche (0,24%), cujos preços haviam subido 2,10% no mês anterior. Já a refeição subiu 0,85%, enquanto havia apresentado alta de 0,63% em maio.

 

No grupo dos transportes (0,41%), os combustíveis subiram 0,87% e acumulam alta de 43,92% nos últimos 12 meses. Mais uma vez, o maior impacto (0,04 p.p.) veio da gasolina (0,69%), cujos preços haviam aumento 2,87% em maio. Os preços do etanol (2,14%) e do óleo diesel (1,10%) e do gás veicular (0,16%) também registraram alta em junho.

 

Segundo o IBGE, a maior variação no mês, entre os grandes grupos, ficou com vestuário (1,21%), com destaque para calçados e acessórios (1,53%), roupas masculinas (1,52%) e roupas femininas (1,10%). Todos esses itens aceleraram em relação a maio.

 

Em junho, todas as áreas pesquisadas apresentaram inflação. O maior índice ficou com a região metropolitana de Recife (0,92%), influenciada pelas altas nos preços da gasolina (4,92%) e da energia elétrica (2,78%). Já o menor resultado ocorreu em Brasília (0,17%), por conta da queda nos preços das frutas (-7,53%) e da taxa de água e esgoto (-2,40%).

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou para 0,60% em junho, ficando abaixo do resultado de maio (0,96%). No ano, o indicador acumula alta de 3,95% e, em 12 meses, de 9,22%, acima dos 8,90% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. O INPC mede a inflação para as famílias com renda mensal de até oito salários mínimos.

 

Segundo o IBGE, essa é a maior variação acumulada em 12 meses desde agosto de 2016 (9,62%). Em junho de 2020, a taxa foi de 0,30%.

 

“Energia elétrica, por causa da mudança da bandeira tarifária, alimentação e bebidas e transportes também influenciaram o INPC em junho”, disse o analista André Filipe. Ele destacou que os produtos alimentícios subiram 0,47%, ficando abaixo do resultado de maio (0,53%).

 

Todas as áreas também tiveram alta em junho. As regiões metropolitanas de Recife e de Salvador tiveram variação de 0,90%. Ambas as áreas foram influenciadas pela energia elétrica (2,85% em Recife e 2,53% em Salvador) e pela gasolina (4,92% em Recife e 2,22% em Salvador). O menor índice ficou com Brasília (0,14%), onde influenciou as quedas nos preços das frutas (-6,83%) e da taxa de água e esgoto (-1,71%). (ABr)

Quinta-feira, 08 de julho, 2021 ás 12:14 


 

quarta-feira, 7 de julho de 2021

PUBLICADA MP QUE ABRE CRÉDITO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Medida provisória (MP) que cria o Programa de Estímulo ao Crédito (PEC) foi publicada quarta-feira (7/7) no Diário Oficial da União. Diferentemente de outra MP já editada pelo governo, a 992/20, que cria o Programa de Capital de Giro para Preservação de Empresas (CGPE), a nova MP tem como alvo apenas micro e pequenas empresas, produtores rurais e microempreendedores individuais, sejam pessoas físicas ou jurídicas, com receita bruta anual de até R$ 4,8 milhões.

 

Segundo a Secretaria-Geral de governo, o PEC cria incentivos para os bancos emprestarem a essas empresas e empreendedores, “ao conceder um tratamento mais vantajoso à base de capital das instituições financeiras participantes”. Pelo texto, o programa será capaz de gerar até R$ 48 bilhões em crédito. A operacionalização se dará com recursos das próprias instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central.

 

Se aprovada pela Câmara e pelo Senado, ficará a cargo do Conselho Monetário Nacional fixar as regras gerais desses empréstimos, como taxa de juros, duração e carência. Já a supervisão do programa ficará sob a responsabilidade do Banco Central.

 

A expectativa do governo, com a medida, é garantir a oferta regular de serviços e programas voltados à população em geral, especialmente a mais vulnerável, para minimizar os efeitos provocados pela pandemia de covid-19. (ABr)

Quarta-feira, 07 de julho, 2021 ás 11:33


 

terça-feira, 29 de junho de 2021

CASOS DE DENGUE EM SP NESTE ANO JÁ SÃO O TRIPLO DE 2020 INTEIRO

 

 Até o dia 22 de junho, a cidade de São Paulo já havia registrado mais de três vezes o número de casos de dengue computados no ano passado inteiro. O aumento foi de 219% -de 2.009 em 2020 para 6.408 no que vai deste ano. As últimas mortes em decorrência da doença foram registradas em 2019 (3) e 2016 (8).

 

A capital soma ainda 57 casos de chikungunya em 2021, mas não há mortes. Do total, 28 estão no distrito administrativo de Campo Limpo (zona sul). Em relação à doença aguda pelo zika vírus, o último ano com registro da doença na capital foi 2017 (3).

 

Apesar de não comentar os números, a Secretaria Municipal da Saúde atribui a alta nos casos de dengue em 2021 a fatores como a sazonalidade da doença --há anos com mais e outros com menos casos-- e a quantidade de pessoas suscetíveis ao tipo viral em circulação na cidade neste momento --neste ano prevalecem os tipos 1 e 2--, além de questões de temperatura e a disponibilidade de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

 

"Logo após 2015, em que tivemos mais de 100 mil casos, passamos por anos com pouquíssimos casos. Isso se dá porque teve muita gente infectada, as pessoas ficaram protegidas daquele tipo viral em circulação e depois, com o tempo, há mais pessoas suscetíveis e você começa a ter aumento de casos de novo", explica Alessandro Giangola, biólogo da Divisão de Vigilância em Zoonoses, ligada à Secretaria Municipal da Saúde.

 

"Apesar de ter mais casos que o ano passado, e a gente precisa ir atrás disso, para a cidade de São Paulo ainda é um número baixo", completa.

 

Segundo ele, o pior já passou na cidade de São Paulo. O pico da dengue é em abril, e no inverno há uma tendência de queda. Em janeiro, com mais chuvas e temperaturas altas, os casos da doença começam a subir.

 

"Por isso, as ações de controle deverão ser mantidas o ano todo. Os agentes estão fazendo as visitas, os bloqueios, as nebulizações --com equipamento costal e veicular--todo dia. As ações não foram interrompidas nem com a Covid-19", afirma Giangola.

 

Os distritos administrativos com mais ocorrências de dengue estão na zona norte da capital: Cachoeirinha (366) e Brasilândia (286). Em seguida, aparecem Cidade Tiradentes (244), Jardim São Luiz (273), Capão Redondo (201) e Cidade Líder (244).

 

"São situações pontuais que ocorrem nestes locais, que você terá mais casos. Não ocorrem uniformemente na cidade. É necessário ir até o local, verificar qual o problema, e nem sempre você acha, e intervir para eliminar o problema."

 

"Estive num bairro na Cachoeirinha, num local onde tínhamos problema com um córrego. Foi acionada a subprefeitura para limpar o local. Fizemos aplicação de larvicida e um trabalho de contenção. Não quero minimizar o problema, mas foi uma situação pontual. Quando você tem suscetíveis num bairro, condições ambientais não favoráveis, terá um crescimento muito rápido. A nossa resposta, por mais rápida que seja, surte efeito dali a duas, três semanas e já tem caso incubando que não conseguimos evitar", afirmou o biológo.

 

No início deste ano, a Secretaria Municipal da Saúde identificou um aumento de 30% no número de recusas de visitas dos agentes de zoonoses por parte dos moradores da capital devido ao medo de transmissão da Covid-19.

 

Também até 22 de junho, o estado de São Paulo registrou 109.600 casos de dengue e 30 óbitos. Em todo o ano de 2020, foram 194.415 mil confirmações da doença e 142 mortes.

 

As cidades com os índices mais altos até o momento são Tatuí (18.900), São José do Rio Preto (13.200), São Paulo (6.408), Piracicaba (4.600) e Santos (3.200), segundo a Secretaria Estadual da Saúde.

 

Com relação à chikungunya, são 7.600 casos e três mortes neste ano. Em 2020, houve 254 casos e nenhum óbito. Quanto à zika, houve três casos até maio deste ano e 12 no ano passado, ambos sem óbitos.

 

Para Adriano Massuda, médico sanitarista e professor do FGVSaúde, o Brasil já teve sucesso no controle de doenças como a dengue graças ao trabalho das equipes de atenção básica, da ESF (Estratégia Saúde da Família), em especial dos agentes comunitários da saúde, junto com a atenção básica e a ação da vigilância epidemiológica.

 

Nos territórios onde há ação das equipes de ESF, os agentes comunitários de saúde auxiliam no combate ao mosquito Aedes aegypti.

 

"De forma geral, isso funcionou bem até 2015 para controlar a epidemia. De 2016 em diante, houve um enfraquecimento do SUS e a atenção básica perdeu força. Ainda que se mantivesse o número de equipes [de ESF], houve queda na quantidade de agentes comunitários de saúde, por exemplo", afirma massuda.

 

O especialista observa que a pandemia esta situação se agravou, pois não houve orientação nacional do Ministério da Saúde para as equipes trabalharem no contexto da Covid-19, seja no território, para identificar situações de vulnerabilidade por conta da pandemia ou para cuidar de outras doenças que não deixaram de existir.

 

"De 2016 para cá tivemos uma perda do papel do Ministério da Saúde, mas as áreas técnicas ainda estavam lá. A gestão Pazuello foi um desastre. De maneira geral, o ministério foi bastante desestruturado, os municípios ficaram sem referência e a situação ficou descontrolada. O país está mais vulnerável não só em relação a dengue, mas também a outras doenças transmissíveis", afirma Massunda. 

(FOLHAPRESS)

Terça-feira, 29 de junho, 2021 ás 19:39