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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

IPCA DE SETEMBRO SOBE 0,64%, SUPERANDO AS EXPECTATIVAS DO MERCADO

 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, encerrou setembro com alta de 0,64%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta sexta-feira (09/10). O dado dá sinais claros de aceleração cada vez mais forte, puxada pela carestia dos alimentos, principalmente o arroz e óleo de soje, ficando bem acima da elevação de 0,24% de agosto — quase o triplo desse indicador.

 

O resultado de setembro é o mais elevado para o mês em 17 anos e superou a mediana das estativas do mercado, que estava em 0,54%, sendo que as projeções mais elevadas ficaram em 0,61%. Em setembro de 2003, esse indicador ficou em 0,78%.

 

De acordo com IBGE, o grupo com maior variação foi o de Alimentação e bebidas, que avançou 2,28% em setembro, registrando maior impacto no IPCA, de 0,46 ponto percentual (p.p.). Esse dado mostra aceleração em relação a alta de 0,78% de agosto.

 

Os alimentos para consumo no domicílio foram os maiores vilões, registrando alta de 2,89% frente a agosto, com destaque para óleo de soja e arroz, que apresentaram inflação de dois dígitos, de 27,58% e de 17,98%, respectivamente. No ano, acumulam altas de 51,30% e 40,69%. Apenas esses dois itens itens contribuíram com 0,16 p.p. no IPCA de setembro.

 

A alimentação fora do domicílio, que havia registrado queda de 0,11% em agosto, subiu 0,82% em setembro, influenciada pela alta de 1,12% nos preços do lanche e pela elevação de 0,66% nas refeições.

 

O IBGE ainda destacou que houve altas em outros seis grupos, com destaque para Artigos de residência (1%), Transportes (0,70%) e Habitação (0,37%). O grupo Vestuário, após quatro meses em queda, também apresentou alta, de 0,37%,  contribuindo com 0,02 p.p. para o resultado de setembro.

 

No lado das quedas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais, com recuo de 0,64%, com impacto de -0,09 p.p. no IPCA de setembro. Os demais grupos ficaram entre o recuo de 0,09% em Educação e a alta de 0,15% em Comunicação.

 

Dados acumulados

 

No acumulado do ano encerrado em setembro, o IPCA avançou 1,34% e a alta acumula em 12 meses foi de 3,14%, cima do piso de 2,5% da meta de inflação deste ano, de 4% anuais.

 

Apesar de o Banco Central ter afirmado que a inflação não estava ameaçando a política monetária, o fato de o governo adiar as discussões sobre medidas de ajuste fiscal, como corte de gastos obrigatórios para abrir espaço no Orçamento de 2021 para incluir o Renda Cidadã, novo programa social que deverá substituir o Bolsa Família. Qualquer despesa adicional que for criada para o ano que vem implicará o estouro no teto de gastos — emenda constitucional  (EC-95) que limita o crescimento de despesas à inflação do ano anterior.

 

“Os dados evidenciam uma pressão relevante no curto prazo dos preços ao consumidor e isto pode testar mais uma vez a paciência do BC com o ritmo das reformas. Muito provavelmente devemos ter uma elevação da Selic (taxa básica da economia) antes do projetado, mas ainda não mudamos nosso cenário base”, destacou o economista André Perfeito, da Necton Investimentos.

William Jackson, economista-chefe para Mercados Emergentes da Capital Economics, reconheceu que a inflação de alimentos deve continuar exercendo pressão de alta sobre a taxa básica de juros nos próximos anos meses.“Mas como o núcleo da inflação está controlado, não há sinais de que isso incomodará o Banco Central. “Nós esperamos

 

que o Copom deixará a taxa Selic inalterada em 2% até 2022″, afirmou. Segundo ele, o Comitê de Política Monetária terá pouca pressão para elevar os juros. “O FMI (Fundo Monetário Internacional) reforçou  mensagem de que a política monetária deve permanecer muito vaga na conclusão de sua recente visita da equipe, detalhes dos quais foram publicados no início desta semana”, destacou.

 

O economista Eduardo Velho, estrategista da JF Trust, também não vê alteração na Selic este ano, apesar reestimar a previsão para o IPCA de 2,24% para 2,76% em 2020. “O dado de outubro também será mais elevado”, afirmou ele, prevendo alta de 0,59% neste mês.

 

Outubro em alta

 

O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), de 07 de outubro de 2020, subiu 1,18%, ficando 0,36 ponto percentual (p.p.) acima da taxa divulgada na última apuração, conforme dados do Instituto Brasileiro de Economia da  Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) divulgados hoje, reforçando que a carestia está avançando neste mês também.

 

Todas as sete capitais pesquisadas registraram alta no indicador da primeira semana de outubro. No início de setembro, o IPC-S estava em 0,48%, conforme dados do órgão.

 

Na pesquisa da do FGV Ibre, Belo Horizonte foi a capital que registrou maior variação semanal nos preços, de 1,54%, e Salvador, a menor, de 0,75%.

 

Enquanto o IPC-S segue pressionado, a primeira prévia de outubro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,97%, registrando desaceleração em relação ao primeiro decênio de setembro, quando esse indicador havia registrado alta de 4,41%. Com esse resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 18,01% para 19,45%, altas comparáveis aos padrões argentinos para o índice usado para o reajuste dos aluguéis.

 

Essa desaceleração do IGP-M foi influenciada pela queda nos preços do do minério de ferro, de 7,25%, que ajudaram na redução da alta do IPA, indicador de preços no atacado, de 6,14%, no mês anterior, para 2,45%, em outubro. No acumulado em 12 meses, o IPA passou de 23,08% para 27,03%, respectivamente.

 

 *Correio Brasiliense

 

Sexta-feira, 09 de outubro, 2020 ás 11:30  

terça-feira, 15 de setembro de 2020

BOLSONARO AMEAÇOU DAR CARTÃO VERMELHO PARA EQUIPE ECONÔMICA



A relação do presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes está cada vez mais abalada. O presidente Jair Bolsonaro ameaçou com um “cartão vermelho” a equipe econômica na manhã desta terça-feira (15/9). Em uma publicação nas redes sociais, o chefe do Executivo postou uma mensagem afirmando que “congelar aposentadorias, cortar auxílio para idosos e pobres com deficiência, um devaneio de alguém que está desconectado com a realidade”.

Ele emendou ainda que o governo “jamais tiraria dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos”. Por fim, Bolsonaro anunciou a desistência sobre o programa Renda Brasil, que ficaria no lugar do Bolsa Família.

Em vídeo publicado, visivelmente irritado, Bolsonaro comentou notícias de que o governo estuda congelar nos próximos dois anos as aposentadorias e pensões para economizar recursos para bancar o Renda Brasil.

“Acordei hoje surpreendido com manchetes em todos os jornais. O Globo: "Por Renda Brasil, governo quer congelar aposentadorias". Estado de S. Paulo: "A economia propõe congelar aposentadoria para criar Renda Brasil". Folha de S. Paulo: “Governo quer cortar R$ 10 bilhões em auxílio para idosos e pobres com deficiência”.  “Em prol do Renda Brasil, governo estuda suspender reajuste dos aposentados”. Eu já disse há poucas semanas que jamais vou tirar dinheiro dos pobres para dar para os paupérrimos”, declarou.

Em nova indireta para Guedes, Bolsonaro ressaltou também que os que pensam nesses tipos de medidas “não tem coração”. “Quem por ventura vier a propor para mim uma medida como essa, eu só posso dar um cartão vermelho para essa pessoa. É gente que não tem o mínimo de coração, o mínimo de entendimento de como vivem os aposentados no Brasil. Vou dizer a todos vocês, de onde veio, pode ser que alguém da Economia tenha falado sobre essas coisas, pode ser, mas por parte de governo, jamais vamos congelar salário de aposentados bem como jamais vamos fazer com que auxílio para idoso e pobre com deficiência seja reduzido para qualquer coisa que seja”, prometeu.

Ao encerrar o vídeo, Bolsonaro acenou ter desistido do Renda Brasil. “Até 2022 no meu governo, está proibido falar em Renda Brasil, vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final”, concluiu.

Bolsonaro se reuniu às pressas com Guedes nesta manhã. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles também participou do encontro que abordou ainda as queimadas no Pantanal.

O Renda Brasil fazia parte do pacote Pró-Brasil. No entanto, o governo não chegou a um consenso sobre a fonte dos recursos para tirar a medida do papel. No último dia 26, Bolsonaro tornou público seu descontentamento com a equipe econômica, capitaneada pelo ministro Paulo Guedes.

O chefe do Executivo afirmou que pediu a suspensão do anúncio do superpacote porque, segundo ele, “não poderia tirar dos pobres para dar a paupérrimos”. Bolsonaro disse que ouviu propostas de utilizar o abono salarial de trabalhadores como uma das fontes para bancar o programa, mas refutou a ideia e garantiu que não levaria a discussão ao Congresso.

(Com o Correio Brasiliense)

Terça-feira, 15 de setembro, 2020 ás 16:00


segunda-feira, 14 de setembro de 2020

AGÊNCIAS DO INSS RETOMAM ATENDIMENTO PRESENCIAL A PARTIR DE HOJE



As agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retomam as atividades presenciais a partir de segunda-feira (14/09) em todo o país. Nesta primeira fase de reabertura, somente os atendimentos agendados previamente serão realizados nas agências, incluindo, em alguns casos, a retomada da perícia médica previdenciária, que ocorrerá apenas em unidades específicas.

De acordo com o INSS, cerca de 600 agências estarão reabertas. O número representa menos da metade das unidades do INSS, mas corresponde às maiores agências, as que tem maior capacidade de atendimento. O governo deve divulgar ao longo da semana a lista completa das agências abertas, mas o segurado já pode consultar a informação no aplicativo Meu INSS ou no telefone 135.

"As pessoas só devem ir às agências estando com agendamento prévio feito pelo telefone 135 ou pelo aplicativo Meu INSS. Qualquer dúvida pode ser tirada pelo 135 ou pelo chat Helô. dentro do aplicativo", afirmou o presidente do INSS, Leonardo Rolim Guimarães, na última sexta-feira (11), ao anunciar a reabertura. O horário de funcionamento das agências será de 7h às 13h, de segunda a sexta.

"Um outro ponto importante que a gente precisa lembrar as pessoas é que não devem procurar agendamento para aqueles serviços que podem ser feitos de forma remota, por exemplo, uma aposentadoria, pensão, salário-maternidade. Esses serviços continuam sendo feitos remotamente", acrescentou Rolim.

Além do número limitado de atendimentos, as pessoas que forem às agências devem usar máscaras e ter a temperatura corporal aferida por meio de termômetro infravermelho. Se for constatada temperatura acima de 37,5 graus, o segurado não poderá nem sequer entrar na agência, e ainda será orientado a procurar um serviço médico.

As orientações incluem chegar pouco antes do horário marcado, para evitar a formação de filas, e manter o distanciamento mínimo de um metro das outras pessoas. Servidores do INSS usarão equipamentos de proteção individual durante os atendimentos. No caso das agências que contarão com o serviço de perícia médica previdenciária, houve um reforço ainda maior nos protocolos de higiene.

Entre os serviços que poderão ser realizados presencialmente estão o cumprimento de exigência, avaliação social, justificação administrativa ou social (caso em que a pessoa precisa levar um documento para comprovar tempo de serviço que não está no cadastro oficial), reabilitação profissional e perícia médica (apenas em algumas agências).

Desde março, quando o atendimento presencial foi suspenso, o INSS informou que foram concedidas antecipações de 186 mil benefícios de Prestação Continuada (BPCs), pago a pessoas com deficiência, e 876 mil antecipações de auxílios-doença. Ainda segundo a autarquia, o governo reduziu a quantidade de requerimentos que estavam sob análise do INSS desde o início da pandemia.

Em junho do ano passado, quando a fila de requerimentos que dependiam de um parecer da autarquia chegou ao ápice, havia um total de 2,32 milhões de pedidos em análise. Em janeiro desse ano, a fila tinha caído 1,635 milhão. No início da pandemia, em março, quando o INSS fechou o atendimento ao público, houve uma nova redução, para 1,30 milhão. Hoje, essa fila está em 758 mil.

Apesar da redução do número de requerimentos sob análise do INSS, aumentou a quantidade de requerimentos em exigência, que são aqueles que dependem de uma informação complementar ou documento por parte do segurado. Atualmente, esses requerimentos somam 906 mil na fila. (ABr)

Segunda-feira, 14 de setembro, 2020 ás 10:30