Seja nosso seguidor

Se não é seguidor, cadastre agora

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

CANDIDATURA DE MORO PODE REFORÇAR A TERCEIRA VIA E MUDAR OS RUMOS DA POLÍTICA

 

Como diria Vinicius de Moraes, sempre interessado em política, “de repente, não mais que de repente”, a candidatura do ex-juiz Sérgio Moro vai ganhando força e se transformando numa alternativa altamente viável para livrar o país da polarização entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

 

Desde sempre, o Podemos vem insistindo na candidatura de Moro. O partido foi criado sob liderança do ex-governador Alvaro Dias, tem raízes no Paraná e muitos integrantes são amigos pessoas do ex-juiz. E agora o União Brasil, que vai sair da fusão PSL-DEM, também inicia uma ofensiva para ter Sergio Moro como candidato em 2022.

 

Essa movimentação de bastidores demonstra que os políticos já entenderam a viabilidade da terceira via, diante da forte rejeição a Lula e a Bolsonaro. O tempo não para, diria Cazuza, e as novas pesquisas continuam indicando que nem Lula nem Bolsonaro têm condições de ganhar os votos da “maioria silenciosa”, como o ex-presidente Richard Nixon classificava a parcela dos eleitores que decidia os pleitos na matriz USA.

 

Aqui na filial Brazil, a eleição da terceira via depende dos próprios candidatos. Se todos aceitarem a proposta do tucano João Doria, assumindo compromisso de renunciar à candidatura em favor de quem tiver maior chance de vitória, será uma eleição eletrizante.

 

A união dos eleitores dos atuais pretendentes (Ciro Gomes, Henrique Mandetta, Rodrigo Pacheco, Alessandro Vieira, Simone Tebet, João Doria, Eduardo Leite, José Luiz Datena e… Sérgio Moro) seria suficiente para vencer Lula ou Bolsonaro no segundo turno, porque herdaria os votos de qualquer um dos dois polarizadores.

 

Em recente entrevista ao Valor Econômico, a presidente do Podemos, Renata Abreu, apostou na candidatura presidencial de Sergio Moro. “Acho que ele está bem entusiasmado com a ideia. Moro voltou para os Estados Unidos para ter uma conversa com a família dele. Temos até o comecinho de novembro para ele dar essa resposta”, afirmou, acrescentando que o partido fez uma pesquisa bem ampla e Moro é o único nome que pode romper com a polarização.

 

“Ele já larga com 10% sem ter se declarado candidato. E pega eleitores do Bolsonaro que são anti-Lula, que são anti-PT”, disse Renata Abreu.

 

“Primeiro é preciso confirmar a decisão dele, não adianta fazer qualquer conversa antes. E muitos partidos agora estão em fase de confirmação de seus candidatos, então acho que novembro vai ser o mês de definição e aí começarão as conversas sobre alianças”, concluiu.

 

*Tribuna da Internet

Segunda-feira, 11 de outubro, 2021 ás 9:30


 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

CÂMARA CONCLUI REVISÃO DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

 


A Câmara dos Deputados concluiu, na quarta-feira (6/10), a votação do projeto de lei que flexibiliza a Lei de Improbidade Administrativa (Lei da impunidade). A proposta exige a comprovação de intenção (dolo) para a condenação de agentes públicos. A matéria segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

 

A legislação dispõe sobre punições a agentes públicos, como prefeitos e governadores, em práticas de enriquecimento ilícito e outros crimes contra a administração pública. Com as mudanças, a Lei 8.429 de 1992 deixa de prever punição para atos culposos, atos praticados sem a intenção de cometer o ilícito.

 

Atualmente, a lei categoriza improbidade administrativa “qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que cause lesão ao erário, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres”.

 

Nesta tarde, deputados aprovaram a emenda do Senado que estabelece prazo de um ano para que o Ministério Público declare interesse na continuidade dos processos em andamento, inclusive em grau de recurso, ajuizados por advogados públicos. A medida também aumenta o prazo de inquérito para um ano, prorrogável por mais uma vez, desde que fundamentado.

 

Nepotismo

 

Na sessão de terça-feira (5/10), parlamentares rejeitaram a emenda incluída pelos senadores, na qual o nepotismo foi caracterizado como exceção à regra que exige dolo com finalidade ilícita para caracterizar nomeações como improbidade. 

 

“A emenda que trata do nepotismo é inoportuna, na medida em que não contribui para a clareza, precisão e ordem lógica na interpretação do texto. Julgamos que o texto original aprovado nesta Casa, mais direto e claro, é o que melhor resguarda o interesse público, atenua a possibilidade de interpretações ambíguas da norma”, diz Zarattini. “O nepotismo, no Artigo 11 do projeto, já é caracterizado como improbidade administrativa de forma muito límpida”. (ABr)

Quarta-feira, 06 de outubro, 2021 ás 20:21

domingo, 3 de outubro de 2021

MORO FAZ TURNÊ DE TERCEIRA VIA, ANIMA SEUS ALIADOS, MAS NÃO CONFIRMA CANDIDATURA

 

“Boa tarde a todos, é um prazer vê-los aqui. Uma rápida apresentação: sou Sergio Moro, trabalhei como juiz bastante tempo no Brasil, essa é uma história conhecida”, disse o ex-ministro da Justiça na abertura de um webinário na última quinta-feira (30), arrancando risos dos participantes.

 

O evento reuniu cerca de 30 pessoas, a maioria advogados, e teve como um dos organizadores a empresa Alvarez & Marsal, especializada em compliance, que contratou Moro no ano passado como consultor.

 

À vontade durante o webinário, que tinha como tema a nova Lei de Licitações, Moro parecia relaxado, embora a plateia fosse composta por muitos advogados, classe com quem ele antagonizou durante os anos de Lava Jato.

 

Num bate-papo informal antes de o evento começar, teorizou sobre as diferenças entre o criminoso comum e o de colarinho branco.

 

“Em geral o de colarinho branco não se sente um criminoso. É comum você ouvir ele dizer ‘olha, outros fazem também’. O ladrão de banco nunca tenta justificar seu ato dizendo que outros fazem também. ”

 

O webinário foi um dos muitos compromissos profissionais e políticos do ex-juiz numa estadia de quase duas semanas no Brasil, cujo efeito prático foi ré energizar uma base de apoiadores que andava meio dormente. Moro atualmente vive em Washington (EUA), sede da empresa que o emprega

 

Em 23 e 24 de setembro, fãs de Moro fizeram um tuitaço com a hashtag ##vemMoro2022, que chegou a ficar entre as mais comentadas na rede social.

 

Fora da bolha das redes sociais, iniciativas apelando ao ex-juiz para que entre na corrida presidencial também tem surgido. Na última quinta, um grupo denominado Médicos com Sergio Moro, surgido há cerca de três meses, mandou instalar um outdoor numa das entradas de Maringá (PR), cidade natal do ex-juiz.

 

 “Bem-vindos à terra de Sergio Moro! Orgulho de Maringá e esperança do Brasil”, diz o cartaz, ao lado de uma foto do ex-ministro sorridente.

 

“Acreditamos que Sergio Moro é o único nome que possui potencial eleitoral para vencer a polarização Lula e Bolsonaro”, diz o anestesiologista André, 44, que foi um dos responsáveis pela ação e pediu para seu sobrenome não ser publicado. O grupo, com cerca de 200 profissionais, planeja colocar outros outdoors, além de ter feito adesivos e camisetas com o mesmo mote.

 

“O Moro candidato irá no mínimo enriquecer o debate e dar uma opção viável a milhões de brasileiros, que assim como nós não gostariam de precisar escolher alguém de extrema direita ou extrema esquerda”, afirma o médico, que diz ser apenas um admirador do ex-juiz, sem nunca ter tido contato direto com ele.

 

A agenda política de Moro no Brasil incluiu uma conversa com caciques do Podemos, hoje a opção mais provável de filiação para o ex-juiz. O partido ofereceu legenda a ele para disputar a Presidência, mas o contrato com a Alvarez & Marsal, que a princípio vence no final do ano, impede uma definição agora.

 

Moro também contatou alguns dos principais expoentes da chamada terceira via. Na quarta-feira (29), jantou no Palácio dos Bandeirantes com o governador João Doria (PSDB) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM).

 

Conversou ainda com o empresário João Amoedo, fundador do Novo, e teve um encontro com líderes do MBL (Movimento Brasil Livre).

 

“Foi uma conversa de cinco minutos, só para dar um oi mesmo”, diz Adelaide Oliveira, uma das integrantes da coordenação do movimento, que é simpático ao ex-juiz. “Um dia quero ter uma conversa muito longa com Moro como presidente. Sempre fui ativista pela Lava Jato, admiro demais ele”, afirma.

 

Segundo Adelaide Oliveira, no encontro Moro não deu nenhuma pista do rumo político que tomará. “O pessoal está pedindo pelo amor de Deus para ele se candidatar, tem muito grupo surgindo de apoio. Mas ele é uma ostra”, diz.

 

Além do podemos, o ex-juiz já teve no passado convites de ao menos três outros partidos para se filiar e disputar a Presidência: Novo, PSL e Patriota.

 

Todas essas opções perderam força, no entanto, por motivos específicos: no caso do Novo, pesa o racha interno vivido pela sigla, entre alas que se opõem a Bolsonaro e outras mais palatáveis ao presidente.

 

A opção pelo PSL também definhou em razão da esperada fusão do partido com o DEM. A nova legenda cogita lançar Mandetta ou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para o Planalto.

 

Já o Patriota filiou o senador Flávio Bolsonaro (RJ), que teria de sair do partido para o ex-juiz, inimigo declarado de seu pai, poder entrar. Uma alternativa que cresce é Moro filiar-se ao Podemos até a data-limite, no início de abril, e deixar a decisão sobre concorrer à Presidência para a época das convenções partidárias, que devem ocorrer entre julho e agosto de 2022.

 

Pessoas próximas a Moro dizem ter percebido uma tentativa dele de ser menos protocolar em contatos políticos e sociais. Moro demonstra também mais interesse em temas econômicos, e tem feito lives com empresários nos últimos meses. Mas ainda não definiu quem seria seu porta-voz econômico, até porque não se decidiu sobre a candidatura presidencial.

 

Um ponto que tem feito questão de reforçar é que não se anima a disputar outros cargos, como o de senador pelo Paraná.

 

Caso não tente o Palácio do Planalto, ele afirma que prefere ser um cabo eleitoral de peso na eleição de 2022, apoiando um nome da terceira via.

 

Em pesquisa Datafolha divulgada em maio, Moro apareceu com 7%, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (PDT), com 6%.

 

Aquele momento, no entanto, marcou uma espécie de inferno astral para o ex-juiz, em meio à anulação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo STF e à declaração de suspeição de Moro na condução da Lava Jato. O nome do ex-juiz não chegou a ser incluído pelo instituto nos últimos levantamentos.

 

O cenário agora é outro, dizem pessoas que estiveram com o ex-ministro recentemente. O derretimento de Bolsonaro abre um flanco no eleitorado antipetista, que pode ser encarnado por Moro.

 

Como diz um amigo do ex-juiz, a própria presença dele na campanha serviria para relembrar ao eleitorado as acusações que envolveram Lula, embora o petista tenha a seu favor diversas vitórias judiciais contra a Lava Jato.

*Folha

Domingo, 03 de outubro, 2021 ás 17:56