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terça-feira, 7 de julho de 2020

MÁQUINA DESENVOLVIDA NA UNB USA RADIAÇÃO PARA INATIVAR O CORONAVÍRUS



Com a ideia de ajudar no combate à covid-19, quatro estudantes da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram uma máquina com lâmpadas que emitem radiação UVC, uma faixa de luz ultravioleta considerada germicida. A radiação consegue inativar vírus e bactérias a partir de um certo tempo de exposição.

O equipamento foi desenvolvido por três alunos da ENETEC, empresa júnior de engenharia elétrica, e um da TECMEC, empresa júnior de engenharia mecânica. As instituições, sem fins lucrativos, são compostas por estudantes. O dinheiro arrecadado com as vendas de produtos é reinvestido em pesquisas e treinamentos.

A equipe que compõe o projeto é formada pelos estudantes de engenharia Elétrica, Helena Coutinho, 21, Fernanda Madeiro, 20, Lucas Ferreira, 21 e pelo o aluno de engenharia mecânica Gustavo Faber, 20.  Os três primeiros já trabalhavam na ENETEC e conheciam Gustavo, mas se aproximaram para desenvolver a máquina.

A ideia surgiu após as duas empresas (ENETEC e TECMEC) lançarem um desafio proposto pela Brasil Júnior, a confederação de empresas juniores do Brasil. O objetivo inicial foi desinfetar máquinas de cartão e semelhantes com o UVC, mas o projeto não ganhou seguimento.

“Contudo, um dentista de uma colaboradora da ENETEC (Helena) entrou em contato mostrando uma solução com UVC por uma outra empresa. Ele achou o serviço caro e perguntou se a Helena não conseguia fazer algo para ele. Com esse estímulo, a gente repaginou o produto e adaptou para desinfetar ambientes de modo geral”, explica Lucas. O dentista Carlos Eduardo de Almeida lançou o desafio para que os estudantes repaginassem o equipamento.

O projeto recebeu o nome de UV-Tech, e Lucas conta como é o funcionamento da máquina. “A proposta é que o equipamento seja colocado no ambiente a ser desinfetado. Liga-se pelo tempo estabelecido e aí a desinfecção ocorre. O jovem explica que o tempo de o aparelho ficar ligado vai variar de acordo com o tamanho do local, “Mas para pequenas salas os cálculos têm mostrado ser algo entre 15 e 20 minutos”, diz.

De acordo com os desenvolvedores, a lâmpada tem uma vida útil de 9 mil horas, antes de precisar fazer a troca. “Não seria difícil realizar a troca, mas pelo atual formato desenhado do produto, eu recomendaria nos chamar para realizar a troca. As lâmpadas são grandes e precisam de cuidado para o manejo delas”, fala Lucas.

Para a máquina ser utilizada, basta estar ligada na tomada, mas é necessário cuidado. “Como não é recomendada a exposição das pessoas ao UV, utilizamos um aparelho para fazer a ativação remota, via aplicativo”, salienta Lucas.

A máquina demorou 20 dias para ficar pronta e a grande vantagem do produto dos estudantes é o preço. “Já vimos valores entre R$ 15 e 25 mil. Estamos ainda fechando alguns pontos, mas a ideia neste primeiro momento é oferecer um valor 60% abaixo”, destaca Lucas.

Os jovens têm planos de expandir o acesso ao produto para atender mais pessoas da melhor forma possível, sem perder a qualidade do serviço. Eles ainda estão estão estudando uma forma viável de poder enviar a máquina para outros Estados.  “Nosso propósito é se capacitar e entregar soluções que façam sentido para a sociedade”, destaca Lucas.

É importante ressaltar que “estamos buscando aprimorar este produto ainda mais para garantir o conforto e segurança das pessoas, é algo que estamos nos preocupando muito. E estamos super abertos às parcerias que possam auxiliar a gente nesse processo.

“Foi uma experiência nova e totalmente diferente do que a TECMEC já fez e dos projetos que eu já executei. Trabalhar com energia elétrica foi novidade, mas o mais interessante foi o processo de desenvolvimento em conjunto com outra empresa, a ENETEC. Com certeza agregou muito para todos os envolvidos e um equipamento com potencial para ser explorado e otimizado, além das empresas poderem expandir com a criação de novos produtos”, relata Gustavo.

*Correio Brasiliense

Segunda-feira, 6 de julho, 2020 ás 16:00