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sábado, 26 de março de 2022

PIADA DO ANO! PASTOR MILAGREIRO OFERECEU 50% DE DESCONTO NA SUA PROPINA DO MEC

 

Os pastores que operam o gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC), Gilmar Santos e Arilton Moura, atuavam de forma coordenada na cobrança de contrapartida para intermediar a liberação de recursos para escolas. Segundo relato de prefeitos ao Estadão, a abordagem era feita na hora do almoço. Logo após levar os prefeitos a reuniões no MEC, Arilton puxava uma conversa informal e chegava a oferecer desconto na propina que cobrava.

 

O prefeito de Bonfinópolis (GO), Professor Kelton Pinheiro (Cidadania), contou ao Estadão que Arilton Moura ofereceu um abatimento de 50% no pedido de propina. O prefeito relatou que a proposta de Moura foi feita durante um almoço, no restaurante Tia Zélia, em Brasília, e teve o aval do pastor Gilmar Santos, líder da igreja Cristo para Todos. Está tudo gravado.

 

Disse o pastor Arilton: “Vou lhe fazer por R$ 15 mil porque você foi indicado pelo pastor Gilmar, que é meu amigo. Pros outros aqui, o que eu estou cobrando aqui é R$ 30 mil”.

 

O encontro no restaurante, segundo o prefeito de Bonfinópolis, ocorreu após reunião com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, na sede da pasta. Kelton Pinheiro contou que ele e a mulher almoçaram na companhia de Gilmar Santos. O pastor Arilton Moura, narrou o prefeito, se aproximou deles depois de ter passado por outras mesas.

 

“Sentou do meu lado, em um dos lados da mesa, falou: ‘Olha prefeito, eu vou ser direto com você. Tem lá um recurso para liberar com ministro, mas eu preciso de R$15 mil hoje'”, afirmou Arilton Moura, segundo o prefeito.

 

 “O discurso dele que ainda me deixou mais chateado foi: Eu preciso desse pagamento hoje, porque vocês políticos não têm palavra, vocês não cumprem com o que prometem. Depois eu coloco o recurso para você lá e você nem me paga”, disse o prefeito;

 

Ainda segundo Pinheiro, Arilton Moura disse que os R$ 15 mil seriam usados para custear despesas dele em Brasília. Em seguida, contou o prefeito, o pastor propôs um desconto de 50% na propina. Kelton Pinheiro disse que Gilmar Santos apoiou o pedido do pastor Arilton, falando que seu colega era “amigo do ministro” e conseguiria o recurso. “Faz mais barato para ele mesmo, pastor”, disse Gilmar Santos, segundo o prefeito. “Estimulou (o pedido de dinheiro).”

 

Kelton Pinheiro relatou ao Estadão que Arilton Moura propôs ainda uma contribuição para a igreja. “Se você quiser contribuir com a minha igreja, que eu estou construindo, faz uma oferta para mim, uma oferta para a igreja. Você vai comprar mil bíblias, no valor de R$ 50, e você vai distribuir essas bíblias lá na sua cidade. Esse recurso eu quero usar para a construção da igreja”, disse o pastor, segundo o prefeito. “Fazendo isso, você vai me ajudar também a conseguir um recurso para você no Ministério.”

 

O prefeito disse ter ficado “indignado” e não aceitou a proposta. “O cara está sentado do lado do ministro, um à direita, o outro à esquerda. Saem da reunião e vêm com essa conversa”, reclamou. “A vontade que eu tive ali foi de mandá-lo para o quinto dos infernos.”

 

PEDIU R$ 40 MIL – O prefeito de Boa Esperança do Sul, em São Paulo, José Manoel de Souza (PP), também disse que foi levado a um restaurante de um hotel em Brasília depois de um evento no MEC em 2021. Lá, o pastor Arilton Moura perguntou se ele teria interesse em ter uma escola profissionalizante na cidade. “Eu disse que tinha outras demandas, como creche, terceirização de ônibus”. O prefeito conta que o pastor então complementou dizendo que, se ele quisesse, poderia ter a escola na hora.

 

“Ele disse: Eu falo lá, já faz um ofício, mas você tem que fazer um depósito de R$ 40 mil para ajudar a igreja”. Souza afirma que se levantou e disse que não faria esse tipo de negócio. A cidade de Boa Esperança, segundo ele, não teve qualquer ajuda do MEC em seus projetos.

 

Souza contou ainda que foi ao restaurante com outros dois prefeitos paulistas que também estavam no evento do MEC, mas que só a ele foi oferecida a proposta de propina, numa mesa separada. Segundo ele, o evento que seria para pedir verbas por meio do PAR, o programa oficial do ministério de cooperação com municípios, havia sido uma “decepção” porque não havia expectativa de qualquer ajuda federal. Ao ir embora com a sensação de viagem perdida, recebeu a proposta do pastor Moura.

*Estadão

Sábado, 26 de março 2022 às 14:28

sábado, 12 de março de 2022

PREÇOS DA GASOLINA, DO DIESEL E INFLAÇÃO DISPARAM

O governo através da Petrobras reajustou na sexta-feira (11/3) os preços da gasolina (19%), do óleo diesel (25%) e do gás de botijão (16%), isso nas refinarias. Porque os consumidores vão pagar nas bombas diferenças muito mais altas. Desde a manhã de ontem, sexta-feira, os aumentos já eram observados no Rio, em São Paulo e Belo Horizonte.

 

Os preços da gasolina no Rio, em alguns casos, já superam a escala de R$ 7 o litro. Na tarde de quinta-feira, numa entrevista transmitida na íntegra pela GloboNews, os ministros Paulo Guedes e Bento Albuquerque tentaram apresentar o aumento como a melhor solução para a economia e até para os consumidores brasileiros, acenando, como é hábito de todos os governos, o atual não é exceção, que os preços poderão ser reduzidos após o desfecho da invasão da Rússia na Ucrânia.

 

Basearam o seu raciocínio nos preços internacionais do petróleo, dizendo que o Brasil importa 30% do seu consumo. Usaram a palavra combustíveis, não se referindo à gasolina e ao diesel, isso porque o preço dos produtos refinados não segue o percentual dos preços do petróleo bruto no mercado internacional.

 

Paulo Guedes e Bento Albuquerque procuraram assim uma forma de escapismo quanto à realidade do mercado de petróleo. Há o óleo bruto e há os produtos decorrentes do refino, que são muitos, sobretudo a gasolina, o diesel e o gás. Dizer que o efeito da inflação será mínimo é mentira.

 

*Tribuna da internet

Sábado, 12 de março 2022 às 10:38

segunda-feira, 7 de março de 2022

PREPARE-SE, APERTE O CINTO E ECONOMIZE


A decisão do presidente Jair Bolsonaro de pregar a neutralidade ante a guerra entre a Rússia e a Ucrânia não está impedindo o Brasil de ser engolfado pelos conflitos. O impacto mais imediato veio na sexta-feira (04/03), diante da decisão do país de Vladimir Putin de suspender as exportações de fertilizantes.

 

O agronegócio brasileiro é muito dependente dos produtos russos. Do total de adubos usados nas lavouras, mais de 20% vêm da Rússia. Os estoques nacionais, pelos cálculos da Anda, associação que representa o setor de fertilizantes, dão apenas para mais três meses. Bolsonaro justificou sua visita ao presidente Putin uma semana antes da invasão à Ucrânia como forma de garantir o suprimento dos insumos ao Brasil. De nada adiantou.

 

O enrosco da guerra passa pelo sistema de saúde. A empresa ucraniana Indar, com sede em Kiev, fechou acordo com o Ministério da Saúde para o fornecimento de 20 milhões de doses de insulina, das quais 8 milhões ainda não foram entregues — nem serão tão cedo, por causa do bombardeio no Leste Europeu.

 

O quadro só não é mais preocupante, porque o ministério firmou contrato com a norueguesa Novo Nordisk, o que garantirá o suprimento do SUS até abril de 2023. Para que o desabastecimento não se torne uma realidade e os diabéticos não fiquem sem atendimento na rede pública, o governo terá de se desdobrar em busca de novos fabricantes.

 

Os brasileiros também terão de lidar com a alta dos preços dos combustíveis. Se a Petrobras realmente acompanhar a disparada das cotações do barril de petróleo no exterior, que flertam com os US$ 120, os combustíveis ficarão entre 20% e 25% mais caros. No Distrito Federal, as projeções apontam para o litro da gasolina próximo de R$ 7,50.

 

Mesmo que o Congresso aprove um dos projetos de lei que reduzem impostos sobre os derivados de petróleo, nada impedirá que os consumidores sintam no bolso o peso dos reajustes. Por enquanto, a petrolífera está atendendo aos apelos do Palácio do Planalto para não mexer nas tabelas de preços nas refinarias. Mas a empresa tem limites.

 

Não é só. As cotações das commodities agrícolas estão no nível mais alto desde 2008. Significa que a comida que chega à mesa dos brasileiros ficará mais cara nos próximos 30 dias. O maior impacto virá do trigo, matéria-prima do pãozinho, de bolos, massas e biscoitos.

 

Ainda que o grão importado pelo Brasil — que produz somente 50% do que consome — não venha da Rússia e da Ucrânia, grandes fornecedoras, com a escassez do produto, os preços disparam. Não há escapatória. Isso vale para a soja, o milho e as carnes. Como dizem os especialistas, é mais inflação na veia, que punirá, sobretudo, os mais pobres, cujos orçamentos são destinados, em maior parte, para os alimentos.

 

Assim como Bolsonaro está em cima do muro diante do embate no Leste Europeu — o mundo civilizado condena veementemente a Rússia pelos bombardeiros —, o governo como um todo dá sinais de incapacidade sobre como reagir aos efeitos da guerra.

 

A percepção é de que os brasileiros terão de lidar sozinhos com suas próprias guerras. O problema é que, sem medidas coordenadas e ações efetivas por parte do poder público, o desastre estará contratado, mesmo que os conflitos armados que aterrorizam o mundo estejam a mais de 10 mil quilômetros de distância. Neste mundo globalizado, tudo é logo ali.

*Correio Braziliense

Segunda-feira, 07 de março 2022 às 21:51