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sábado, 27 de junho de 2020

R$ 56 MILHÕES MUDARÃO DE MÃOS COM NOVOS CRITÉRIOS PARA DIVIDIR O FUNDÃO ELEITORAL



Com a revisão do cálculo da fatia do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) que caberá a cada partido na eleição de 2020, R$ 56,3 milhões vão mudar de mãos. O PTB é o que terá o maior ganho: R$ 11,6 milhões.

Na outra ponta, a maior perda será do PSD: R$ 18,3 milhões. Ao todo, o fundo destina pouco mais de R$ 2 bilhões aos partidos. Das 36 legendas com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas três delas não receberão nenhum centavo.

A distribuição do fundo leva em conta critérios como o tamanho das bancadas dos partidos na Câmara e no Senado. O cálculo inicial, divulgado pelo TSE no começo do mês, levava em conta quantos deputados federais e senadores cada partido tinha no dia 1º de junho. Mas, após solicitação das próprias legendas, foi feita uma revisão para levar em conta o resultado da última eleição, de 2018. De lá para cá, vários parlamentares mudaram de partido.

O Fundo Eleitoral foi aprovado pelo Congresso em 2017. Foi uma forma de compensar as perdas com a proibição das doações empresariais, determinada em 2015 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O PTB, pelo cálculo anterior, teria direito a R$ 35,1 milhões. Agora, terá R$ 46,7 milhões, um ganho de R$ 11,6 milhões. Outros 12 partidos também terão ganhos. O segundo mais expressivo, de R$ 8 milhões, será da Rede, que passará de R$ 20,4 milhões para R$ 28,4 milhões.

O PT continuará sendo o partido com a maior fatia. Eram R$ 200,9 milhões, e agora serão R$ 201,3 milhões. O PSL permanece na segunda posição, passando de R$ 193,7 milhões para R$ 199,4 milhões. Além destes, passaram a ter mais dinheiro para a campanha com a mudança feita pelo TSE as seguintes legendas: Pátria, DEM, PSDB, PDT, PTC, Solidariedade, PP, PSB e PSC. Outros 12 partidos terão perdas.

Depois do PSD, que passou de R$ 157,2 milhões para R$ 138,9 milhões, o maior prejuízo será do Pode: R$ 10,7 milhões a menos. Esses dois partidos aumentaram suas bancadas no Senado desde a última eleição, o que fez com que tivessem mais dinheiro pelo cálculo anterior do TSE.

Cinco legendas também terão perdas relevantes, entre R$ 3,6 milhões e R$ 7,5 milhões: PROS, MDB, PL, Republicanos e Cidadania. Por fim, outros cinco partidos deixarão de receber valores, mas o prejuízo será mais modesto, abaixo dos R$ 40 mil: PSOL, PCdoB, Novo, Avante e PV.

Um grupo de 11 legendas nanicas não foi afetado, incluindo três que não preenchem os critérios do FEFC e, por isso, não receberiam e continuarão sem receber nenhum centavo. As outras oito somadas vão ganhar R$ 17,3 milhões, mesmo valor previsto no cálculo anterior.

Em termos percentuais, a maior variação é do PTC. De R$ 5,6 milhões iniciais, receberá agora R$ 9,5 milhões, um crescimento de 68,6%. A maior perda será do PROS: menos 16,7%, passando de R$ 44,7 milhões para R$ 37,2 milhões. Até agora, somente dois partidos comunicaram ao TSE que não desejam receber recursos do fundo eleitoral: Novo e PRTB.

VEJA QUANTO CADA PARTIDO LEVARÁ SEGUNDO O NOVO CÁLCULO DO TSE:

– PT: R$ 201.297.516,62

– PSL: R$ 199.442.419,81

– MDB: R$ 148.253.393,14

– PP: R$ 140.669.215,02

– PSD: R$ 138.872.223,52

– PSDB: R$ 130.452.061,58

– DEM: R$ 120.810.759,08

– PL: R$ 117.621.670,45

– PSB:  R$ 109.545.178,16

– PDT: R$ 103.314.544,11

– Republicanos: R$ 100.632.561,34

– Pode: R$ 77.968.130,80

– PTB: R$ 46.658.777,07

– Solidariedade: R$ 46.037.917,83

– PSOL: R$ 40.634.516,50

– PROS: R$ 37.187.846,96

– Novo: R$ 36.564.183,26

– Cidadania: R$ 35.824.724,42

– PATRI: R$ 35.139.355,52

– PSC: R$ 33.239.786,22

– PCdoB: R$ 30.941.860,30

– Rede: R$ 28.430.214,66

– Avante: R$ 28.121.267,64

– PV: R$ 20.498.922,01

– PTC: R$ 9.498.596,58

– PMN: R$ 5.872.173,76

– DC: R$ 4.025.171,90

– PCB: R$ 1.233.305,95

– PCO: R$ 1.233.305,95

– PMB: R$ 1.233.305,95

– PRTB: R$ 1.233.305,95

– PSTU:  R$ 1.233.305,95

– UP: R$ 1.233.305,95

– PHS: nada

– PPL: nada

– PRP: nada

Total: R$ 2.034.954.823,96

*O Globo

Sábado, 27 de junho, 2020 ás 11:00