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quinta-feira, 23 de julho de 2020

EUA REGISTRAM 2.600 CASOS NOVOS DE CORONAVÍRUS POR HORA E SE APROXIMAM DE 4 MILHÕES



Os casos de coronavírus nos Estados Unidos estavam se aproximando dos 4 milhões nesta quinta-feira, e o país tem tido mais de 2.600 casos novos por hora em média, a taxa mais alta do mundo, de acordo com uma contagem da Reuters.

As infecções se aceleraram rapidamente nos EUA desde que o primeiro caso foi detectado no dia 21 de janeiro. O país demorou 98 dias para chegar a 1 milhão de casos, outros 43 dias para chegar a 2 milhões e depois 27 dias para alcançar 3 milhões – mas só demorou 16 dias para chegar a 4 milhões a um ritmo de 43 casos novos por minuto.

O governo federal, governadores estaduais e líderes municipais divergiram diversas vezes quanto à melhor maneira de combater a pandemia, o que provocou um emaranhado confuso de regras a respeito de questões como o uso de máscaras em público e o momento da reabertura dos negócios.

O presidente dos EUA, Donald Trump, mudou de tom recentemente. Antes relutante em usar máscaras, nesta semana ele incentivou os norte-americanos a fazê-lo e há pouco apareceu em público com uma pela primeira vez.

Dos 20 países com os maiores surtos, os EUA estão em segundo lugar em casos per capita —120 infecções para cada 10 mil habitantes—, só ficando atrás do Chile.

Com mais de 143 mil mortes, ou 4,4 para cada 10 mil habitantes, os EUA estão no sexto lugar do ranking mundial de maior número de fatalidades per capita, perdendo para Reino Unido, Espanha, Itália, Chile e França.

Globalmente, a taxa de infecções novas não mostra sinal de desaceleração, e a doença se dissemina mais rápido nos EUA e na América do Sul, segundo a contagem da Reuters, que se baseia em relatórios oficiais.

O Brasil registrou um novo recorde diário de casos confirmados de coronavírus na quarta-feira, colocando o total de casos confirmados da América Latina acima dos 4 milhões.

O Brasil ainda tem o segundo maior surto do mundo —mais de 2,2 milhões de pessoas foram diagnosticadas e quase 83 mil já morreram.

A Índia, a única outra nação com mais de 1 milhão de casos, relatou quase 40 mil casos novos na quarta-feira. (Reuters) 

Quinta-feira, 23 de julho, 2020 ás 14:00


quarta-feira, 22 de julho de 2020

CÂMARA APROVA REFORÇO DE ATÉ R$ 16 BILHÕES A ESTADOS E MUNICÍPIOS



O plenário da Câmara dos Deputados aprovou quarta-feira (22/7) a Medida Provisória (MP) 938/20 que destina R$ 16 bilhões para reforçar o repasse da União aos fundos de Participação dos Estados e dos Municípios (FPE e FPM), em razão de perdas na arrecadação em função da pandemia de covid-19. A matéria segue agora para análise do Senado.

O texto aprovado na manhã de quarta-feira (22/7), pelos deputados, estende o repasse até o mês de novembro. Inicialmente, a MP previa o complemento nas parcelas dos fundos apenas no período de abril a junho.

Em seu parecer, o relator, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), disse que havia uma “sobra” de R$ 6 bilhões nos recursos, uma vez que o repasse do governo a estados e municípios, até o final de junho, foi de cerca de R$ 10 bilhões.
“Em relação à presente MP, temos a execução orçamentária de aproximadamente R$ 9,86 bilhões até 18 de julho (valor pago), restando saldo significativo em relação ao valor projetado inicialmente. Cabe notar que, quando editada esta MP, havia a expectativa de retomada mais breve da atividade econômica. O que vemos, entretanto, é o prolongamento da quarentena, com reflexos negativos na capacidade financeira dos entes subnacionais”, disse o relator.

Estados e municípios sofrem com a queda nos fundos que são abastecidos com a arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

De acordo com a MP, as transferências para cada estado e município ficam a cargo da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e limitadas ao máximo de R$ 4 bilhões por mês. Se o valor calculado para um mês for maior do que o limite mensal, poderá haver compensação no mês seguinte, a critério do Ministério da Economia. Se for menor, só será depositado o valor efetivamente apurado pela STN.

“A União, na condição de ente mais forte da Federação, tem mesmo que se comprometer com uma ajuda proporcional ao tamanho do problema, do contrário poderíamos enfrentar o colapso dos serviços públicos”, afirmou Hildo Rocha.
Setor de transportes

A aprovação da MP 938 só ocorreu após um acordo entre os líderes partidárias. O texto do relator previa um aporte adicional de R$ 4 bilhões que seriam destinados para socorrer o setor de transporte. A iniciativa gerou polêmica e vários deputados chegaram a pedir a retirada da proposta de pauta, com o argumento de que o aporte não havia sido debatido na Casa.

Ao anunciar o acordo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o tema deverá ser tratado por meio de um projeto de lei e analisado novamente na próxima semana.

“Tinha um texto que estava polêmico e a matéria iria vencer na próxima semana, então fizemos o acordo de retirar a parte que estava gerando polêmica e ficamos apenas com a parte de prorrogação dos recursos para estados e municípios e, na próxima semana, a gente trata dos outros temas”, disse.

Segundo Maia, diferentemente do auxílio no repasse do FPE e FPM, que foi maior para os estados do Nordeste, o impacto no setor de transporte é maior nos estados do Sudeste, que concentram as cidades com maior número de habitantes.

“O setor de transporte público está tendo muitas dificuldades, assim como o setor aéreo e tantos outros setores. Estamos trabalhando, junto com o governo federal, prefeitos e governadores, um texto para transferência de recursos para estados e municípios, para que eles possam dar o suporte necessário para que o sistema continue funcionando nas cidades médias e grandes, principalmente, que têm o sistema mais pesado”, disse. (ABr)

Quarta-feira, 22 de julho, 2020 ás 17:00  


quinta-feira, 16 de julho de 2020

CASOS DE CORONAVÍRUS ACELERAM E BRASIL CHEGA A 2º MILHÃO EM MENOS DE UM MÊS



Uma explosão de infecções nos Estados do Sul e do Centro-Oeste colocou o Brasil a caminho de acumular o segundo milhão de casos de Covid-19 em menos de um mês, em um rápido avanço da doença marcado por um alarmante patamar de mortes equivalente a seis acidentes de avião em média a cada dia.

Depois de levar quase quatro meses para atingir o primeiro milhão de casos de coronavírus —da primeira infecção, confirmada em 26 de fevereiro, até 19 de junho—, o Brasil deve passar dos 2 milhões em apenas mais 27 dias, caso registre ao menos 33.252 casos nesta quinta-feira, conforme esperado.

Junto com o avanço dos casos pelo país, veio um novo platô superior a 1 mil mortes registradas por dia em média, que ocorre desde o princípio de junho. Com isso, o Brasil passou dos 75 mil óbitos em decorrência da Covid-19, com a taxa de mortalidade indo de 103 por 1 milhão de habitantes em meados de maio para 359 por 1 milhão atualmente.

“Como a epidemia se distribui desigualmente no espaço geográfico, o número de casos no Brasil está alto e estamos em um platô no número de mortos elevadíssimo, de mais de 1 mil mortes por dia, e isso nos preocupa muito”, disse Roberto Medronho, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio e Janeiro (UFRJ) e líder do Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ.

“Na verdade, nós temos em torno de 5 a 6 aviões caindo por dia, e o que eu vejo é uma fila enorme de pessoas querendo viajar nesses aviões”, acrescentou, lembrando as cenas de aglomerações de pessoas em bares no Rio de Janeiro após a reabertura.

Ao mesmo tempo que atinge a triste marca de 2 milhões de casos, o Brasil segue há mais de dois meses com um ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, depois de dois titulares da pasta deixarem o governo por discordâncias com a política do presidente Jair Bolsonaro para lidar com a doença.

“O governo manteve a postura dele apesar da crise sanitária, pensou mais no dinheiro das pessoas que o financiam do que na saúde do próprio povo... Também zomba da doença, não acredita, acha que o isolamento social —que é a medida mais eficaz de conter o avanço da doença— zomba dessa questão também, acha que tem que estar todo mundo na rua”, afirmou o gerente de loja Rafael Reis, que perdeu a mãe, de 71 anos, vítima da doença no Rio de Janeiro.

“Não que a gente esteja pronto para isso em algum momento da vida, mas ser dessa forma, com a Convid-19 levando a minha mãe, foi muito, muito dolorido”, acrescentou Rafael Reis, de 34 anos.

Bolsonaro, que na semana passada anunciou ter testado positivo para a Covid-19, desde o princípio minimizou a pandemia, chegando a chamar a doença de “gripezinha”, e sempre foi crítico às medidas de isolamento defendidas por especialistas para conter a circulação do vírus, alegando que o impacto econômico seria pior do que a própria doença.

Questionado no final de abril sobre as mortes em decorrência da Covid-19, após o Brasil ultrapassar o total de óbitos da China, o presidente respondeu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? ​” — apesar do desespero das famílias que perdem seus entes queridos.

A aceleração da pandemia no Brasil se deu em meio ao avanço da doença respiratória provocada pelo novo coronavírus para localidades que não sofreram os piores impactos da epidemia nos primeiros meses, uma vez que a Covid-19 chegou ao Brasil pelos principais aeroportos internacionais.

Estados como Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná pouco contribuíram para o 1 milhão de casos no país, mas se tornaram locais de grande aceleração da doença recentemente, levando o Brasil nas últimas duas semanas epidemiológicas a registrar seus números mais altos de casos.

Na semana epidemiológica encerrada em 20 de junho, quando o Brasil atingiu seu primeiro milhão, a Região Sul havia registrado 12.752 casos, e a Centro-Oeste, 22.412. Em comparação, na semana encerrada no último sábado, o Sul teve 27.426 novos casos, e o Centro-Oeste, 30.541.

Inicialmente, como Rio de Janeiro e Ceará, não foram o bastante para compensar as altas no demais lugares, o Brasil como um todo passou de 217.065 casos na semana epidemiológica 25 para mais de 260 mil nas duas últimas semanas.

No total, o Brasil registrou na última semana epidemiológica aumento de casos em 9 unidades da federação, com estabilização em 8 e redução em 10, na comparação com a semana anterior.

“A doença evolui não apenas no tempo, mas também no espaço geográfico”, disse Medronho. “Nós ainda não atingimos o pico no Brasil por conta desses sucessivos processos epidêmicos que estão ocorrendo nas diversas regiões geográficas do nosso país.”

O Brasil é o segundo país mais afetado pela pandemia de Covid-19 em números de casos e de óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos, que atualmente vivem um forte ressurgimento dos casos —provocado pela reabertura dos negócios em diversos Estados— depois de algumas semanas de declínio.

Nos EUA, a passagem de 1 milhão para 2 milhões levou 43 dias, sendo, portanto, mais longa que os 27 dias no Brasil, caso a cifra se confirme nesta quinta-feira. Os Estados Unidos atualmente já superaram os 3 milhões, levando exatamente 27 dias para acumular o terceiro milhão.

Assim como nos EUA, a reabertura precipitada das atividades econômicas, ou seja, antes de se conseguir controlar a disseminação do coronavírus, também teve impacto na alta de casos no Brasil. Na capital Brasília, por exemplo, especialistas apontaram que uma recente explosão de casos foi claramente motivada por uma reabertura prematura.

Segundo Medronho, o próximo milhão de casos no Brasil não deve ser tão rápido quanto o último, uma vez que a epidemia já chegou com força aos locais mais populosos do país e a tendência é que perca força conforme mais pessoas entram em contato com a doença.

“A previsão é que no final de julho ou entre a primeira e segunda semana de agosto os números comecem a se reduzir”, afirmou.

“Nós já estamos atingindo grande parte da população, então nós tivemos essa alta elevada e agora a tendência da curva é crescer mais lentamente, e logo em seguida, em agosto, cair. O número de pessoas ainda suscetíveis tem diminuído muito na população. ”

Para Wanderson Oliveira, ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a mudança do foco da pandemia para os Estados do Sul pode ter desfecho preocupante devido à faixa etária elevada dos moradores da região, principalmente nas cidades do interior.

“Eu vejo que o vírus está se espalhando com maior velocidade entre os jovens e para o interior, e o reflexo disso para mortalidade em uma região em que a longevidade é maior que a média nacional a gente só vai perceber lá para agosto. Isso precisa ser monitorado, é o que me preocupa no Sul, essa relação do interior com uma população de mais idade. Com o frio, a umidade, tem tudo para explodir. ” (Reuters)

 Quinta-feira, 16 de julho, 2020 ás 18:00